Luanda - Nem todos os activistas angolanos vão aguardar em liberdade a decisão dos recursos à condenação por rebelião e associação de malfeitores. Um dos 17 activistas vai continuar detido por mais seis meses.

Fonte: rr.sapo.pt

O activista que não foi libertado é Nito Alves por estar a cumprir uma outra pena que não é abrangida pelo “habeas corpus” “por ter dito no julgamento que o mesmo era uma palhaçada”. Um dado avançado à Renascença pelo jornalista e escritor angolano Rafael Marques.

 

Rafael Marques considera que a decisão do Supremo Tribunal de Luanda tem fundamentos políticos directamente relacionados com o MPLA e Isabel dos Santos.

 

“O Supremo continua a arrastar o processo e esta decisão surge apenas porque tem havido grande pressão e o MPLA deverá realizar o seu congresso nas próximas semanas. Tudo isso é uma forma de reduzir as tensões políticas que se estão a gerar sobretudo também após a nomeação de Isabel dos Santos [para a administração da Sonangol] que foi muito mal recebida em todos os quadrantes da sociedade angolana”, acrescenta Rafael Marques.

 

Foram 17 os activistas angolanos que em Março foram condenadas a penas efectivas de prisão, entre os dois anos e três meses e oito anos e meio por rebelião e associação de malfeitores. No centro do processo está em causa está um livro que é considerado subversivo pelo Governo angolano e uma alegada tentativa de golpe.