Luanda - A proposta do limite de despesa para o Orçamento Geral do Estado (OGE) angolano, dependente das receitas petrolíferas, deverá ser apreciada até 28 de julho pelo executivo, segundo documento governamental a que a Lusa teve hoje acesso.

Fonte: Lusa

Depois de dois anos de crise e austeridade no país, devido à quebra para metade nas receitas fiscais com a venda de petróleo, que garante quase 98 por cento das exportações angolanas, o Governo definiu, por decreto presidencial de junho, instruções para a elaboração do OGE de 2017.


O documento refere que as "propostas de limites de despesas" para o OGE do próximo ano "devem ser apreciadas pela comissão económica do Conselho de Ministros até 28 de julho". Antes, o Ministério das Finanças deverá avaliar esses limites com os órgãos do sistema orçamental, até 15 de julho.


O documento preparado pelo Governo, que está dependente da previsão do preço do barril de crude, deverá ser levado ao Presidente angolano, para apreciação, entre 13 e 20 de outubro, e votado em Conselho de Ministros uma semana depois.


O OGE para 2017, ano de eleições gerais em Angola, deverá dar entrada no parlamento, para apreciação e votação final, entre 28 e 31 de outubro, com os vários órgãos da administração pública a terem de cabimentar as despesas e projetos em função do teto de despesas a definir.


O orçamento angolano voltou este ano a ser de austeridade, com cortes e contenção, mas a execução continua ameaçada pela quebra da cotação do barril de crude, que no primeiro trimestre do ano chegou aos 30 dólares por barril.


Contudo, o documento elaborado pelo Governo estimava receitas fiscais com a exportação de petróleo, em média, a 45 dólares por barril, mais cinco dólares do que ao OGE para 2015, revisto (para metade) em março do ano passado, precisamente devido à quebra da cotação do crude no mercado internacional.


Orçado globalmente - receitas e despesas de igual valor - em 6.429.287.906.777 de kwanzas (34,7 mil milhões de euros), o Orçamento em vigor prevê um défice de 5,5% e um crescimento económico nacional, face a 2015, de 3,3%.


Foi descrito pelo Governo como de manutenção da austeridade, devido à crise da cotação do petróleo, que só este ano obrigou ao corte de um terço das despesas.