Luanda - Um grupo de vinte bolseiros na MIdrand Graduate Institute (MGI) da África do Sul, terá sido expulso, nesta segunda-feira do alojamento da universidade, por falta de pagamento das propinas. O IGNABE diz que conhece o problema e envia em breve uma equipa para apurar toda a veracidade do facto.

Fonte: Jornal "O País"

Através de um correio electrónico denúncia, os universitários reconhecem que a instituição foi até agora benevolente ao ter permitido que frequentassem as aulas e se mantivessem nos alojamentos, mas este ‘período de graça’ terminou Segunda-feira, 4, e como consta na nota que lhes foi entregue seriam despejados dos aposentos. De cerca de 20 alunos que estudaram na universidade MGI no ano passado, apenas uma aluna terá pago as propinas. Os estudantes dizem que a justificação que receberam do INAGBE é que a única beneficiada havia entregue todos os documentos necessários para que o pagamento fosse feito.

 

“Em 2015 recebemos uma delegação do INAGBE e do Ministério do Ensino Superior (MES), que recolheu todos os documentos essenciais para pagar a escola de todos os estudantes”, revelam os estudantes que se dizem “estupefactos”. “Se o motivo da vinda da delegação foi a recolha de documentos e da chamada prova de vida, como é possível tal desculpa ser usada para o não pagamento das propinas dos outros estudantes” interrogam- se. Na mesma denúncia, os estudantes falam em favorecimento de uns em detrimento de outros.

 

“Achamos isto uma tremenda falta de profissionalismo dos órgãos do INAGBE, por favorecer os parentes dos seus funcionários no momento de facturação dos pagamentos, deixando os outros alunos, que não têm padrinhos na cozinha, passar por estes constrangimentos” escrevem. Por falta de pagamento, a Midrand Graduate Institute, nos arredores de Pretória, terá cancelado a 30 de Junho último a matrícula de todos os estudantes devedores.

 

A bolsa contempla a cobertura de despesas como o alojamento de todos os alunos e o complemento de bolsa para cobrir demais despesas, nomeadamente seguro de saúde, alimentação, vestuário, Transporte, bibliografia, investigação científica, preparação e defesa de tese. Desesperados, os estudantes terão escrito ao director do INAGBE e ao ministro do Ensino Superior, contudo, dizem que nada mudou.

Última hora

Francisco dos Santos, estudante de Ciências da Computação e coordenador do grupo dos universitários angolanos, num e-mail informava que a decisão da instituição acabava de se efectivar. O estudante confirmava a expulsão do grupo de estudantes e tal como previsto, no principio da noite (hora da Africa do Sul) dirigiu- se à Embaixada de Angola naquele país. Dos Santos relatava, na sua mensagem, que o alojamento para o grupo de estudantes despejados estava garantido para até Sexta-feira próxima, 8 de Julho.

 

“Por enquanto estamos nas instalações da Embaixada, até Sexta-feira, logo depois se vê o que acontece connosco”, lamenta Francisco dos Santos, que aproveita a oportunidade para lançar um “veemente apelo às autoridades do país no sentido de colocar termo ao sofrimento a que o grupo está sujeito por ter faltado ao compromisso inicialmente assumido”. Entretanto, não foi possível confirmar de fonte da representação diplomática de Angola na Africa do Sul, a presença desse grupo de angolanos nas instalações da embaixada.

 

Segundo os estudantes expulsos, as famílias em Luanda também estão preocupadas com a sua sorte, porém pouco ou quase nada podem fazer em socorro dos seus entes queridos. Reclamações de bolseiros angolanos no estrangeiro têm vindo a ser ecoados a partir de muitos pontos, tendo todas elas um denominador comum: o atraso ou a falta de pagamentos de compementos de bolsas ou outras relegalias inicialmente assumidas pelo estado angolano.