A CARTA

Ao Juiz do Tribunal Provincial de Luanda
14ª Secção da Sala dos Crimes Comuns
Lic. Januário Domingos
Senhor Juiz,


Somos Mães das raparigas e dos rapazes que o Senhor Juiz condenou injustamente a prisão no falso processo dos 17.


Não percebemos por que razão até ao dia de hoje ainda não libertou os nossos filhos e companheiros Manuel Chivonde Baptista Nito Alves e Francisco Gomes Mapanza “Dago Nível Intelectual”, que V. Excelência condenou por terem dito, durante o julgamento dos 15+2, que o mesmo era uma palhaçada.


Em julgamento sumário, V. Excelência condenou Nito Alves a uma pena adicional de seis meses, e Francisco Mapanza, companheiro de luta dos 15+2, que se encontrava na audiência, a oito meses de prisão.


V. Excelência já deve ter percebido que as suas decisões não são justas, nem são legais.
Não têm já a bênção superior!

 

Vamos orar e invocar forças superiores, para que lancem sobre o vosso espírito um clarão.

 

O vosso espírito necessita de libertação. Oraremos, de manhã, de tarde, de noite. Invocamos a Mamã Muxima para a nossa prece.

 

O Senhor Juiz Januário Domingos, tem de respeitar a liberdade e a dignidade da pessoa humana, tal como todos nós. Se não o faz, só podemos lançar mão dos quimbandas para nos ajudar na nossa tarefa, e invocar todos os entes do mundo, flores e animais, árvores e rios, para nos ajudar a mudar o espírito maligno de Vossa Excelência.

Oraremos, Senhor!

Luanda, 4 de Julho de 2016

As mães, signatárias:


Adália Chivonde, mãe do Manuel Chivonde NitoAlves.
Susana Gomes Macongo Sebastião, mãe do Francisco Francisco Gomes Mapanda "Dago".