Luanda  - A semana passada, recebi uma SMS conjunta TPA/ZAP. Logo à partida, uma anormalidade. Trata-se de empresas com personalidades distintas. E são concorrentes do mesmo segmento de mercado.
Bom, pensei: porquê aparecem casadas numa publicidade dirigida ao mesmo nicho de audiência? É que a publicidade referia-se à transmissão do Euro/2016 em HD.

Fonte: Club-k.net

Mas, não é preciso muito esforço para percebermos,afinal, que por detrás da operação existe um comando unificado. Que não distingue o público do privado. Em matéria de casamentos expurios não é novidade. De resto, boa-governação, imparcialidade, transparência nos negócios, não é matéria que interesse a ninguém no nosso país.

 

Como se não bastasse foi,publicamente, anunciado ou, em todo caso, insinuada, a celebração de matrimónio entre o cabritismo e o nepotismo. Surge, de novo, a teoria do renascimento de uma coisa qualquer que se poderia designar como DEMONARQUIA africana, em oposição à democracia ocidental europeia.

 

Um regime atípico, portanto. Que exime de responsabilidades a dinastia governante.A Coreia do Norte deve estar animada com o surgimento em África de regimes à sua imagem e semelhança.

 

Os filósofos de última hora do futuro -novo pensamento já estão a "pendurar-se" na doutrina, segundo a qual, "quando o mais velho fala a nação deve calar-se." Somente ele é o detentor da capacidade para raciocinar em nome de todos:é,infalivelmente, clarividente, de uma visão estratégica irrepreensível, ou seja "imexivel".

 

Ainda assim - com tantas qualidades supra-humanas- não evitamos uma crise projectada no horizonte temporal do comum dos mortais angolanos.Na Guine-Equatorial, a questão dos heterónimos foi resolvida com duas letras ("IN"), para distinguir pai do filho, e o Presidente do Vice-Presidente. Difícil é distinguir o nepotismo da boa -governação e transparência. Princípio que está consignado na e) do artigo 5 do Estatuto da CPLP. Admitamos que nunca o leu.

 

Nada mau. Porque na Coreia do Norte é mesmo um imberbe que manda nos mais velhos. Nada disso obstaria, se quisesse fazer-se membro da CPLP, teria o apoio de pelo menos 4 países membros -incluído aí Moçambique -presumo.

 

Eis, a "vexata questia": ou a CPLP se desintegra, por força da sua crónica incongruência com os seus princípios fundadores, ou membros deviam abandonar a organização pelos seus próprios pés, vergados pelo vexame a que submeteram o projecto inter-nações. Mas, mesmo assim,vai preferir continuar como um "saco de gatos". Tenho certeza. Enfim.