Luanda - O “Programa de Emergência” lançado no final de abril pelo Ministério da Saúde angolano para importar medicamentos e material clínico, face aos surtos de febre-amarela e malária no país, vai custar quase 33 milhões de euros.

Fonte: Lusa

A informação consta de um despacho do Presidente angolano, de final de junho e ao qual a Lusa teve esta sexta-feira acesso, aprovando a abertura um contrato de crédito entre o Estado e o Banco Angolano de Investimentos (BAI), destinado à “importação de medicamentos, equipamento hospitalar e pagamento de despesas alfandegárias”.

 

O designado “Programa de Emergência” visa garantir a compra ao exterior de material que desde o início do ano começou a faltar nos hospitais e assim, lê-se no documento assinado por José Eduardo dos Santos, “colmatar o défice de medicamentos e equipamento hospitalar em todo o país”.

 

O crédito a atribuir pelo BAI para financiar este programa ascende a 36.274.986 dólares (32,8 milhões de euros), refere o despacho.

 

A malária é a principal causa de morte em Angola e só em Luanda, nos primeiros três meses do ano, morreram 850 pessoas entre 400.000 casos registados. Já a epidemia de febre-amarela provocou, desde 05 de dezembro e até 08 de julho, em todo o país, 3.625 casos suspeitos e 357 mortes.

 

Angola vive uma profunda crise financeira, económica e cambial desde final de 2014, decorrente da forte quebra nas receitas com a exportação de petróleo, o que levou à implementação de várias medidas de austeridade no setor público, atingido também a Saúde.

 

O ministro da Saúde de Angola garantiu na segunda-feira que já foram encomendados mais medicamentos para responder às necessidades atuais do país, com realce para o antimalárico coartem.

 

Luís Gomes Sambo fez o anúncio na província angolana do Huambo, onde se encontra a analisar a situação do setor naquela região.

 

De acordo com o ministro, algumas quantidades, não avançadas, de coartem já chegaram ao país e aguardam-se outras nos próximos dias.

 

“O Governo já encomendou mais medicamentos e material gastável, já começou a chegar e vamos melhorar a situação ao longo do tempo”, disse o ministro.