Luanda  - Esta abordagem visa diagnosticar as motivações que levam um cidadão a afiliar-se num partido político e tipificar o tipo de militância que há dentro dos partidos políticos. Tem como problema científico: o tipo de militância que é exercida nos partidos políticos impossibilita o desenvolvimento do país e chega a perigar os avanços que já se verificam no país.

Fonte: Club-k.net

Então procurando descodificar as motivações que levam um cidadão afiliar-se num partido político, há uma necessidade de recuarmos nos anos 50, altura em que a necessidade de se libertar do jugo colonial começou a ser um facto mais concreto, pois algumas mentes esclarecidas levaram a cabo o agrupamento de várias individualidades visando fazer face ao colonialismo mas um dado bastante interessante e fundamental para descodificarmos as motivações que leva um cidadão a aderir num partido politico, referindo no nosso caso em Angola, é que quando estas mentes esclarecidas começaram esta actividade visando mobilizar as massas. O primeiro impasse que tiveram foi na aderência das populações, pois mesmo depois de conseguirem estruturar estes movimentos, não tiveram uma adesão que lhes possibilitou ter um exército de dez mil ou cinco mil homens, e a questão que se coloca, porque não houve esta adesão, se o objectivo destes movimentos visava a libertação Nacional? Então vamos avançar até após a independência, e nota-se que quando se tratou da questão de arrebentar o país passa a expressão, houve uma adesão das massas que possibilitou os mesmos movimentos a terem em tempo recorde exércitos com dez mil homens ou mais que isso, e surge a questão, porque as massas aderiram? Uma vez o país já estava independente deveriam boicotar em aderirem ou em engordar estes exércitos, o porquê desta aderência massiva? A resposta é simplesmente, porque naquele contexto a guerra serviu para defender os interesses dos movimentos e não do país, a questão que colocavam e se colocam é, quem fica com a fatia maior do pão ou do bolo.


Enfim foi uma guerra que visou defender os interesses dos movimentos e não do país, e estes movimentos hoje como partido políticos há dentro dos mesmos a linha de orientação que visa a defesa de interesses partidários ou a defesa dos interesses do país? E a base desta fundamentação teórica urge a necessidade de repetir colocar a questão acima já referenciada o que leva um cidadão a aderir num partido político? E deste modo esta questão é metamorfoseada da seguinte forma: quais são ou qual é o factor motivacional que deve levar o cidadão a aderir num partido político? A resposta é, servir o povo, não querendo dizer que só se serve o país ou servir o país se resuma em afiliar-se em partidos políticos, mas a ideia que pretendo transmitir é que se deve aderir num partido político, visando servir os interesses do país e não interesses partidários.


Actualmente se levanta questões sobre intolerância política, e nos pergunta-mo a que se deve? Responderia dizendo que se deve a tipo de militância que é exercida excessivamente, incentivada e promovida dentro de partidos políticos. Que tipo de militância é esta que se tornou ou se transformou como empecilho ao desenvolvimento do país e chega a perigar a estabilidade do país? Em função do diagnóstico foi possível tipificar a militância no nosso contexto em três grupos: militância amorfa, militância passiva e a militância activa.


Mas antes de enunciarmos os conceitos de cada um dos tipos de militância que mencionei, convém, primeiramente dizermos o que é concretamente a militância. Segundo o dicionário online de português o conceito de militância é o seguinte: Prática da pessoa que defende uma causa, de quem busca a transformação da sociedade através da acção: militância política, social, estudantil. Mas esta abordagem tem foco na militância partidária que enquadra-se na militância política. Então, passaria a enunciar os conceitos de cada tipo de militância.

• Militância amorfa: é uma militância exercida por quem não tem um posicionamento sobre questões que tem a ver com a vida interna dum partido e da vida socioeconómico, educativa, etc. Do país, só se limita em bater palmas, não tem um raciocínio próprio. Ele participa na vida do partido e do próprio país, mas a sua acção ou participação se resume em amém chefe.

• Militância passiva: é uma militância não participativa, exercida pelos militantes telespectadores, quer dizer, uma militância exercida por quem esta na chuva mas nega-se a molhar, quer dizer não emite opiniões podem ser de esclarecimentos, de mobilização, etc. Não dá soluções, e nem contesta a forma como um programa está a ser objecto de tratamento, etc. É um militante que não exerce a militância. Embora tendo ideias, só fica no seu canto a observar o cenário nas calmas. Enfim não dá cara nas makas do próprio partido e do país. Em suma é um telespectador.

• Militância activa: é uma militância participativa, pois o militante se assume como actor. Quer dizer, participa activamente na vida social, política, etc. Do país e do próprio partido. Ou é uma militância onde o militante faz uso do debate interno ou externo como meio para avançar seus argumentos, estes podem ser favoráveis ou não favoráveis na forma como se tem dado o tratamento dos problemas internos do partido e do país. Mais a finalidade é sempre defender os interesses do país, pois estão acima dos interesses partidários.

Partindo do princípio que os partidos políticos a sua finalidade é governar. Então um partido político com excessiva militância amorfa e passiva, a sua acção não se torna improducente? Será que este partido pode gerar desenvolvimento do país? Ou poderá atingir ou chegar a governar? Será que o desenvolvimento de uma aldeia, comuna, município, província ou país, pode encontrar um empecilho em função da excessiva militância amorfa e passiva? Será que a intolerância política não é o resultado da excessiva militância amorfa ou passiva?


Em primeiro, afiliação partidária deve visar defender os interesses do país que são bastante diferentes dos interesses partidários. A militância amorfa e passiva são dois obstáculos para o desenvolvimento de um país. O que leva-me a esta afirmação? Posso exemplificar países como: EUA, Reino Unido, Canada, Japão, Rússia, França, etc. Países desenvolvidos, o porquê se deve este desenvolvimento? Este desenvolvimento se deve devido a militância activa que é exercida pelos militantes que compõem partidos políticos destes referidos países, em função disso o interesse Nacional fala mais alto em detrimento de interesses partidários. Temos os últimos acontecimentos que ocorreram em dois países da CPLP, que são: Brasil e Portugal.

Sobre Portugal: nas últimas eleições legislativas, dois partidos políticos avançaram para estas eleições coligadas, nomeadamente o PSD e CDS-PP, mais o resultado que obtiveram não permitiu-lhes formar um governo e os partidos da, esquerda formaram uma coligação pós-eleições, e conseguiram uma maioria que permitiu e permite-lhes governar, tendo a frente o PS. Mais não houve da parte dos militantes do PSD e CDS-PP, atitudes que poderiam colocar Portugal em instabilidade, isso mostra claramente a maturidade política destes militantes, pois para estes militantes a estabilidade do país não tem preço. Em suma há uma militância activa dentro de partidos políticos Portugueses.


Sobre Brasil: as últimas eleições em Brasil deram vitória a presidente Dilma Rousseff, mas no cumprimento do seu mandato, esteve envolvida em processos que abriram a sua destituição do cargo (mas é de salientar que as últimas informações revelam as reais motivações desta destituição). Mas a atitude da Dilma Rousseff ao ser destituída e dos militantes da sua formação política, mostrou o nível de maturidade política que eles têm, pois embora tendo recursos para desestabilizar o Brasil não levantara nenhum dedo, claro que houve manifestações de repúdio desta destituição. Mas nenhum militante assim como a Dilma Rousseff colocaram ou levaram o país a uma instabilidade, porquê? Porque a consciência política destes militantes é madura. Em suma são militantes que exercem a militância activa, deste modo o interesse nacional fala mais alto. Estes dois últimos exemplos espelham que os militantes desempenham um papel fundamental para o progresso ou para retrocesso de um país.


Hoje há uma aderência massiva nos partidos políticos, será que todos sabem das reais responsabilidades que pesam sobre os mesmos? Um dos indicadores que podemos usar para determinar o tipo de militância que é exercida numa localidade, é simplesmente pelo grau dos programas que são executadas. Porque o militante é o primeiro fiscalizador, se o mesmo não exerce a fiscalização de diversos programas e obras que são realizadas na área onde está, esta área não há-de desenvolver-se. Por isso erradamente as pessoas falam das assimetrias regionais, pois se esquecem que as localidades se desenvolvem não pela acção dos responsáveis desta área (aldeia, comuna, município ou província) mais devido o tipo de militância que é exercida nesta localidade.


Pois uma localidade com excessiva militância amorfa e passiva ela não se desenvolve, porque o militante que exerce a militância amorfa ou passiva não fiscaliza as acções do partido que esta inserido e nem da respectiva localidade, pois a sua acção se resume em amem chefe. Deste modo o responsável desta localidade vive nas calmas, porque os militantes não exercem a militância activa. E nas localidades onde embora haja militância amorfa e passiva, há algum número de militantes que exercem a militância activa o trabalho partidário e da própria localidade é diferente. E quando se levanta a questão sobre as assimetrias regionais, há um esquecimento total, sobre os reais causadores desta situação, pois os verdadeiros culpados desta situação são os respectivos militantes, pois as suas acções se resumem em amem chefe.


Sobre a questão da intolerância política, importa aqui salientar que este problema, só continua existir após vinte sete anos da guerra Civil, porque, há excessiva militância amorfa e passiva, e pergunto-me será que os vinte sete anos que vivemos numa autêntica selva (guerra civil), onde as pessoas foram tratadas como residido, houve muita pancadaria, onde foi possível ver pessoas tão cruéis, enfim, não chega? Será que há ainda militantes desejando Bis, então estes militantes que incitam e envolvem-se em pancadarias devem ser elogiados? Penso que não, mas deve existir processos disciplinares visando desmotivar este apetite a pancadarias, e estes militantes até poderiam ser aproveitados na área desportiva, como nas modalidades de boxe, karaté, luta livre e em outras modalidades desportivas que têm um foco na luta, quer dizer, é uma potencialidade que necessita de um direcionamento adequado, e poderiam até passar para o profissionalismo e iriam trazer muitas alegrias ao país. Pois uma competição que envolve ou tem foco em lutas, os integrantes para sagrarem-se campeões devem lutar, quer dizer combates de corpo a corpo. Mas na competição política ou no campeonato político, as lutas de corpo a corpo não tem lugar porque a democracia como regra ou lei da competição política excluí ou não tem nenhum artigo que defende esta acção, pois nas competições políticas a luz da democracia há luta de ideias ou debates, que se resumem em dialéctica. E a não observância destes pressupostos, espelha o nível ou o excessivo tipo de militância que existe em partidos políticos. E mostra que a imaturidade política que existe ainda é excessiva, pois não há justificação para estas acções, pois estão a perigar a paz que foi obtida através da participação e do sacrifício de tantos anónimos. Enfim o meu apelo, a paz é um ovo que esta segurada nas mãos de todos...vamos preservá-la, primeiro Angola, segundo o cidadão e terceiro a militância partidária.


Bem porque, há excessiva militância amorfa e passiva nos partidos políticos? Ou porque se limitam a agir desta forma? Então através de uma minuciosa investigação pude encontrar a resposta. É que nos partidos políticos há militantes que pela acção que exercem denominei-lhes de militantes bufos. Estes militantes exercem a sua acção dentro dos partidos políticos, nos locais de trabalho, nas igrejas, nos mercados, etc. Mas o que fazem de concreto? Eles têm a função de fazer a listagem de militantes dos porquês, quer dizer militantes que exercem a militância activa. E como as vezes chegam a se expor, porque ninguém pode manter uma mascara por resto da vida, então criar-se o medo nos militantes em emitir opiniões que sejam contraditórias, quer dizer as pessoas ficam aprisionadas e como a persistência em ser militante activo pode pôr em causa o sagrado pão, então as pessoas passam de militantes activos para militantes amorfos ou passivos. Aqueles que são ou exercem a militância activa, mas não têm o sagrado pão, entram na mesma onda que se resume em abdicarem-se da militância activa e passarem a militância amorfa ou passiva e os que têm migalhas do sagrado pão e desejam uma fatiazinha do sagrado pão deitam por baixo a militância activa e passam a militância passiva ou amorfa, mas tomam estas decisões porque há uma acção asfixiante e silenciosa mas implacável da parte dos militantes bufos.


E esta metamorfose tem provocado os retrocessos. E deste modo há assimetrias regionais entre localidades onde há excessiva militância amorfa e passiva, e onde há algum equilíbrio entre militantes activos e militantes amorfos e passiva, pois a acção dos militantes bufos não é tão excessiva.


Porque caminhamos? Nós caminhamos porque quando aplicamos a força para marcarmos os passos, esta força aplicada encontra uma força que visa anular esta força aplicada, quer dizer, é uma força que actua no sentido contrario do movimento de corpo, e esta força se denomina de força de atrito. Quer dizer, para caminhamos é fundamental a interacção entre a força aplicada para marcarmos os passos e a força de atrito.


Sê para caminharmos o contraditório (força de atrito) é fundamental, é possível, mas é mesmo possível, mas é mesmo possível, um partido político, uma aldeia, uma comuna, um município, uma província ou um país caminhar para o desenvolvimento sem o contraditório?