Luanda – A política é uma ciência e é uma arte, assente nos princípios da pluralidade, da competividade e do reconhecimento mútuo, num conjunto de forças politicas, que disputam o poder público. Logo, o poder público é a vocação essencial da política, a ser conquistado através do Ideário Politico, bem definido, em forma de Manifesto Eleitoral.

Fonte: Club-k.net
O Ideário é um sistema de ideias económicas, politicas, sociais e culturais, contidas num programa de acção, de um partido politico ou de um candidato, ao processo eleitoral. O ideário, na sua essência, é um Manifesto teórico, abstracto no seu conteúdo, que ganha solidez e substância no exercício do poder público, após a conquista do poder politico. O estado teórico do Manifesto politico não é suficiente, por si só, garantir a eficácia prática, no alcance das metas predefinidas.

Todavia, o Ideário político (Manifesto) reflecte a visão teórica do protagonista e a visualização de todo um conjunto de desafios da sociedade. Pois, um diagnóstico acertado de uma patologia viabiliza uma medicação apropriada, com perspectiva de superar a doença. Se o diagnóstico for errado, a probabilidade de piorar o quadro clínico do doente é óbvia. Só nisso, reside o mérito do ideário político, como instrumento de sensibilização e de galvanização de vontades políticas.

Portanto, é utópico fazer o juízo antecipado de uma formação politica antes de ser poder e de exercê-lo efectivamente. Esta é a lógica da ciência política, como arte do exercício do poder político. Sem com qual confundir a ciência politica com o «mercantilismo partidário», que se manifesta amplamente na sociedade angolana.

No ponto de vista histórico, da realidade angolana, os três Movimentos de Libertação (FNLA/MPLA/UNITA) Nacional foram o factor determinante da descolonização do País, alcançada no dia 11 de Novembro de 1975. Porém, o procedimento da descolonização de Angola, acordada em Alvor, entre Portugal e os Movimentos de Libertação Nacional, acima referidos, foi débil. Mergulhando o país na Guerra Civil atroz, que se prolongou até 2002, com a intervenção directa das Nações Unidas.

Neste Contexto, é indubitável o papel preponderante da UNITA na afirmação do multipartidarismo, através da resistência tenaz e perseverante contra o sistema monopartidário, imposto pelo MPLA, com a ajuda do Bloco do Leste. Nesta luta democrática, que desenrolou-se de 1975 até 2002, a FNLA ficou fora do xadrez politico, encontrando-se na ruptura e na desintegração da nomenclatura, cujas repercussões ainda se fazem sentir até aos dias de hoje.

O desaparecimento físico dos três protagonistas (Agostinho Neto, Holden Roberto e Jonas Savimbi) do nacionalismo angolano alterara drasticamente não só a visão nacionalista, mas sobretudo, as metas estratégicas preconizadas pelos Movimentos de Libertação Nacional. A depreciação de valores, o declínio do patriotismo e a ruptura doutrinária, são factos evidentes desta realidade inequívoca. Acima disso, a guerra prolongada de desgaste entre os três Movimentos criara o ódio exacerbado e a inércia, desenraizando gradualmente os fundamentos do nacionalismo angolano.

Este estado crónico de inimizade entre os Movimentos de Libertação Nacional inibira, de grosso modo, o avanço do processo da democratização, que se encontrava no impasse. A lei da negação recíproca vinha instalar-se na política angolana como doutrina do poder político, contrariando os princípios democráticos da tolerância, da competitividade e da alternância democrática, através do sufrágio universal, consagrado na Carta das Nações Unidas.

O estado de impasse verificado realçara o regime autocrático, com tendência forte de anular a qualidade dos partidos políticos tradicionais, já desgastados pela guerra civil; inviabilizando, deste modo, o Estado democrático de direito, assente na liberdade e na legalidade, como pilares fundamentais da democracia.

Neste contexto, da ausência absoluta de contrapoderes, emergia gradualmente o poder unipessoal, todo-poderoso, que hoje desarticulou os mecanismos da boa governação; mergulhando o país na crise profunda, sem precedente.

Por isso, é igualmente indubitável o papel preponderante que a CASA-CE tem vindo a desempenhar na revitalização do processo democrático e na pressão inabalável sobre os Órgãos de Soberania do Estado, na aplicação dos ditames da legalidade. O estado de letargia dos partidos tradicionais ficara mitigado, com acções visíveis de competitividade, um pouco por todo país.

A harmonia entre as forças politica na oposição já é um facto inquestionável, que tem estado a melhorar o despenho da Assembleia Nacional. O mérito dos pais-fundadores (Agostinho Neto, Holden Roberto e Jonas Savimbi) do nacionalismo angolano, já começa a despertar a consciência patriótica do povo angolano e dos partidos políticos tradicionais, que excluíam-se reciprocamente, como inimigos eternos e irreconciliáveis.

Parecia tabu quando a CASA-CE vinha a terreiro defender os valores acima mencionados, como fundamentos sólidos da edificação da Nação Angolana, na sua diversidade política, étnica, racial, cultural e eclesiástica. Assim que, se constata hoje, com muita força, o ressurgimento do nacionalismo angolano, em todos estratos sociais da nossa sociedade.

Nesta dinâmica, da harmonização e da socialização do ambiente politico, os modus-operandi e os modus-vivendi da CASA-CE, que se consubstanciam nos métodos de comunicação com os cidadãos e das suas palavras-chaves, que preconizam a sua acção de sensibilização dos eleitores, são hoje seguidas e adoptadas pelos partidos históricos, neste processo da renascença do patriotismo angolano.

Na realidade, a CASA-CE tornou-se o eixo de convergência e de competição politica entre as diversas correntes politico-ideológicas do nosso país, como mola impulsionadora da inovação e da dinamização político-partidária.

A pacificação das mentes e a fraternização dos angolanos, independentemente da afiliação partidária, tem sido uma divisa da CASA-CE, que começa a repercutir-se positivamente na sociedade angolana, com impactos psicológicos enormes sobre a classe politica, fortemente arreigada nas rivalidades do passado, da guerra fratricida. Minando, deste modo, o espírito patriótico, de angolanidade, que deve-nos unir todos, como Estado-Nação.

Parafraseando, o caminho da reconciliação nacional, sobretudo entre os partidos históricos, é bastante sinuoso, difícil e prolongado, que ainda se coloca no horizonte bem distante. Portanto, a mudança democrática, capaz de garantir a segurança de bens e a integridade moral, espiritual e física dos antigos beligerantes, constitui o factor decisivo da estabilidade duradoira.

Uma mudança equilibrada, convergente e alternativa será capaz de permitir a reavaliação de Conceitos Ideológicos dos partidos históricos, criando um novo ambiente de pensamento, de relacionamento, de atitude, de actuação e de visão politica, adaptadas aos desafios actuais do nosso País. Esbatendo o ódio e o medo que se instalaram na consciência de alguns círculos políticos, que sentem-se ameaçados pela mudança democrática.

Em síntese, este contexto, do impasse politico, da inércia e do agravamento das rivalidades antagónicas, ilustra o mérito e a meritocracia do surgimento da CASA-CE, em Abril de 2012, aos escassos meses da realização das eleições legislativas. Transformando-se num fenómeno político incontornável da arena política angolana, cujo Presidente, Dr. Abel Epalanga Chivukuvuku tem sido tratado com prestígio e dignidade pelas potências mundiais, como os Estados Unidos da América.

Neste caso específico, Presidente da CASA-CE está convidado por Partido Democrata e Partido Republicana para estar presente nas suas Convenções Partidárias, que vão consagrar as candidaturas da Hillary Clinton e do Donaldo Trump, respectivamente.