Huambo - Conhecido pelo seu alto grau de cinismo na relação com os funcionários e professores, incluindo mesmo com os seus dois adjuntos (Afonso Vindassi Manuel e Arlindo Joaquim Emílio Pedro) que mais se parecem a figuras decorativas, o Director-Geral do Instituto Superior de Ciências de Educação (ISCED) do Huambo, Mário José da Costa Rodrigues, continua a fazer das suas, recorrendo constantemente a um autoritarismo incomum no meio académico e para alguém da sua idade.

Fonte: Club-k.net

De apenas 34 anos, o ex-estudante do próprio ISCED dirige a instituição com forte “braço de ferro”, como se de um pequeno soba e ou ditador se tratasse, segundo relatos de professores e funcionários, que estão a preparar uma queixa ao Ministro do Ensino Superior, Adão do Nascimento, denunciando o que os próprios chamam de “excessos de abusos de poder”.


Depois de consumada a sua estratégia cavilosa de silenciar alguns professores que considerava ser ameaça, pela competência e coerência nas posições que assumem, entre os quais Alfredo Tchimbinda, Emília Pepeka, Alfredo Vieira e José Luís Furtado, seus ex-mestres por sinal, Mário Rodrigues, que, ao que dizem os nossos interlocutores, era um estudante medíocre e nunca se afirmou como professor na instituição, continua a destilar o seu veneno aos quatro cantos da instituição, a seu bel-prazer.


Por enquanto, fazendo fé nas declarações das fontes, ninguém trava o Director-Geral, que este ano parece estar decididamente apostado a combater todos os que não se curvam diante de si. Que o diga o velho jardineiro da instituição, mandado compulsivamente à reforma e os funcionários administrativos em regime de contrato que, sem o tal aviso prévio legal, também foram empurrados ao desemprego.


Nas reuniões, as poucas vezes que acontecem, recorre a ameaças e humilhações, para amordaçar os presentes. Tal é a arrogância do Dr Nino, como é também conhecido, que alguns quadros administrativos de notável competência, com realce para António Moisés Sapalo Dalo e Augusto Cacande Cotingo, não hesitaram em rumar ao Cuando-Cubango, na Universidade Cuíto Cuanavale, depois de verem-se desaproveitados.


A lista de vítimas do Director-Geral é enorme, segundo nos contaram. A instituição, que ao tempo do Director-Geral Miranda Lopes Miguel (actual reitor da Universidade Cuíto Cuanavale), se destacava no ambiente universitário da província do Huambo, pelas boas condições de trabalho, liderança participativa e qualidade de ensino, hoje é um mau exemplo de liderança, gestão e ensino universitário.


“O próprio director é contra a excelência, sobretudo do ensino. Na sua vã tentativa de fazer melhor que o anterior acabou por estragar tudo. Há professores que, por decisão unilateral e sem dar explicação alguma ao conselho científico, deixaram de dar aulas. O mais grave nisto é que as suas cadeiras estão a ser dadas por contratados sem experiência alguma. Péssimo exemplo de desperdícios de quadros e dinheiro. Todos nós, infelizmente, estamos sujeitos a passar pelo mesmo, já que nunca são conhecidas as causas dos afastamentos”, disseram.


A quantidade de contratados inexperientes na docência, muitos a darem mais de duas cadeiras e sem acompanhamento de um “veterano”, está a tirar o sono dos professores e estudantes, por afectar negativamente a qualidade do ensino. “Até os próprios estudantes reclamam, o paradoxo é que os donos das cadeiras estão em casa e recebem salários”.


Os nossos interlocutores vão mais longe nas suas queixas e dizem mesmo que o Director-Geral não deixa ninguém trabalhar à vontade, por centralizar o poder. Os professores que dão aulas de noite viram reduzidos os seus subsídios por aulas, apesar dos estudantes continuarem a pagar o mesmo valor da propina.


Aos poucos, fruto da sua arrogância, a supremacia do director vai se consolidando, principalmente sobre os professores, sendo os mais novos na carreira alvos fáceis. Maior parte considera haver perseguições, mas desconhecem as razões, apontando como exemplos recentes dois professores do sector de Geografia, que aguardam pela decisão do Ministro da Tutela, a quem apresentaram recurso, depois de transferidos para área administrativa, por se recusarem fazer aprovar duas estudantes próximas ao Director-Geral.


Outra prova de perseguição é o facto de ter impedido, com actos de humilhação baixos, dois assistentes de investigação continuarem a dar aulas, quando dois outros continuam.


“Quer os professores que ele transferiu para os serviços administrativos, substituindo-os por contratados, quer os assistentes de investigação, são obrigados a estarem presentes todos os dias das 8 às 15 sem nada fazer. Os contratados por fazerem a vontade do chefe vão se multiplicando como que se de cataratas de água se tratasse”


Fiéis ao “soberano”, funcionando como informantes, estão Matias Wapinda, Delfina Dunn e Eugénio Calei, este último nem sequer é quadro da instituição. No começo deste ano, contaram-nos os interlocutores, foi escorraçado por calúnias graves infundadas contra dois professores, além de falsificação de notas a troco de alguns tostões dados pelos estudantes, já que do ISCED nada recebe. Surpreendentemente, no começo deste semestre foi reabilitado, estando novamente ao serviço sujo do Director-Geral.