Luanda - O líder da UNITA apelou aos cidadãos para aderirem ao registo eleitoral, que arranca, hoje, em todo o país, com vista às eleições gerais de 2017.

Fonte: Lusa

Isaías Samakuva convocou ontem a imprensa para fazer o apelo, reiterando, contudo, as suspeições sobre o processo que o seu partido já vem reclamando há algum tempo.


Segundo o líder da UNITA, são muitas as pessoas que contactam o partido a pedir que não participem no processo de registo eleitoral oficioso e outras que querem saber a posição daquela força política sobre o mesmo.


Na sua intervenção, o político apresentou algumas razões pelas quais defende a participação de todos neste processo, sendo a primeira que é importante o registo eleitoral para que haja mudança.


Para Isaías Samakuva, devem participar todos os que “pretendem uma Angola melhor do que a actual”.


“Todos os que pretendem acabar com a crise e construir a esperança para a juventude devem se registar para votar. Todos os que pretendem melhorar a educação, a saúde e acabar com as desigualdades devem se registar para votar”, referiu.


A segunda razão apontada tem a ver com o receio de que “o governo quer controlar um processo que não lhe pertence”, ocupando-se do registo eleitoral, quando a Constituição atribui esta tarefa à Comissão Nacional Eleitoral (CNE).


“O governo vem agora dizer que o registo eleitoral não é parte do processo eleitoral. Isso não faz sentido nenhum. Porque é que o governo quer usurpar as competências da administração eleitoral independente”, questionou Samakuva, reafirmando uma reclamação antiga.


Entre as várias razões apresentadas, a UNITA acusa ainda o MPLA de querer anular o registo já feito de 9,8 milhões de cidadãos, com a realização de registo eleitoral oficioso, mas que pede a presença desses cidadãos para a prova de vida.


Isaías Samakuva disse “o termo oficioso é só para enganar”, justificando que “ninguém faz prova de vida se não estiver fisicamente presente”.


“Mais de 80 por cento da lei [do Registo Eleitoral Oficioso] regula o registo eleitoral presencial. E esta competência é da CNE. Portanto, somos obrigados a perguntar de novo, porque é que o governo quer ser ele a conduzir este trabalho? A única conclusão que tiramos é, mais uma vez, que o governo não está de boa-fé e que a prova de vida é um artifício”, frisou.


O líder da UNITA disse que para contrariar esta intenção clara do partido no poder, todos devem participar em massa na prova de vida, sendo assim mais difícil organizar a exclusão e a fraude.


“E se o fizerem, teremos mais razões para encetarmos outras formas democráticas de luta. Porque o poder pertence ao povo e o mandato que o povo outorgou ao MPLA já está a terminar”, salientou.