Luanda - Todas as Sextas-Feiras das 8h às 9h, participo no programa radiofónico denominado Análise da Política Nacional e Internacional emitido pela Rádio Despertar cujo convidado é o Politólogo Agostinho Sikatu. O Referido programa, tem por objectivo analisar alguns factos noticiosos nacionais e internacionais, mais relevantes que marcam a semana. 

Fonte: Club-k.net

Exposição dos factos da agressão pelos fiscais de Viana

II
Sexta –Feira, 19 de Agosto de 2016, participei a mais uma edição e pelas 9h40 minutos, já de regresso a outros afazeres, parei junto à paragem de taxi da Vila de Viana próximo a empresa Jembas cerca de 300 metros a norte do Complexo Sovismo onde está a Rádio Despertar. Derrepente, passavam diante de mim senhoras vendedeiras (Zungueiras) a correrem de um lado ao outro e segundos depois, seguia-se um carro sem o tímbre da fiscalização mas com individuos vestidos com uniforme pertecentes à fiscalização da repartição Municipal de Viana. Saltaram todos do carro e começaram a dar corridas às referidas vendedeiras, batiam elas sem piedade e deitavam para o chão o seu negócio. O motorista passava com os pneus por cima das bacias destruíndo assim, todos os haveres das senhoras coitadas e indefesas enquanto seus carrascos vestidos de agentes do Estado continuavam a bater nelas bárbarmente e sem sessar.


III
Um deles, o mais que chamou a minha atenção, impurou uma senhora que estava com a criaça no colo o que fez o pano desatar e a criança caíu no chão. Sorte daquela inocente criança, é que havia muita areia o que fez com que não criasse muito impacto.

Mas, o fiscal continuava a bater a mãe da criança com mão e para satisfazer ainda mais os seus apetites assassinos, em vez de levantar a criaça deu-lhe um podapé e o motorista dirigia o peneu do carro em direcção à cabeça da criança.

IV
Não resisti à tamanha barbariedade pelo que decidi dar alguns passos para alertá-lo que estava prestes a pisar na cabeça de uma criança e pedir para pararem de torturar as senhoras.

V
Mal acabei de falar com o motorista fui impurrado por um dos fiscais o que se seguiu à minha agressão física com bofetadas na nuca porque caí de cara e podapés em toda a parte do corpo e ainda ofensas verbais com palavrões marginais.

A minha sorte foi alguém entre os cobradores de taxi que gritou ‘‘ o Dr. Sikatu está a ser agredido’’… o que se seguiu a uma rápida interveção dos presentes no local desde os cobradores e populares que foram a tempo de evitar o pior.

VI
Na medida em que os deliquentes fiscais me agrediam, outros dois apoderaram-se dos meus dois telemóveis e a minha mochila que foram a tempo de roubar dela 25 Mil Kwanzas o que confirma tese de que, estava mesmo diante de marginais vestidos com o uniforme do Estado.

VII

Mas porque fui agredido?
Porque alertei o motorista que estava a pisar com o carro o negócio das senhoras e se dirigia na cabeça de uma criança que acabava de ser podapeada enquanto sua mãe estava a ser surrada.
Disse a eles que eu não acreditava que estudaram para fazer mal a alguém seja qual fosse e que em nenhum momento o Estado orientaria seus agentes a maltratar o seus cidadãos e lembrei-lhes que no meio daquelas indefesas e maltratadas Zungueiras, também podem estar suas famílias. Essas palavras foram intrepretadas como insultos ‘‘às autoridades’’. E, afinal eu estva enganado eles receberam mesmo ordens para bater nas senhoras, destruir seu negócio e bater quem perguntar a tamanha barbaridade.


Sou cristão e aprendi na Catequese a denuciar o mal e não queria estar aí a assistir uma criança inocente a morrer cujo crime é a sua mãe ter vendido na rua.

Há ainda a resaltar algumas curiosidades:

• A maioria dos ditos fiscais estava armada com pistolas mas ninguém efectuou disparos;
• Notava-se que alguns deles estavam embriagados, pois, ixalavam cheiro de alcool e comportavam-se como individuos drogados;
• A aproximadamnte 50 metros, estava estacionado um carro da Polícia Nacional e mais proximo ainda, cerca de 20 metros, estavam dois agentes reguladores de trânsito todos olhavam e não intervieram.
• Notei ainda uma falta de preparação dos meus algozes. Parecia que saíram de casa para a rua e não tiveram um tempo de preparação.


VIII
Dirigi-me numa esquadra mais próxima onde fui informado que assuntos que têm haver com os fiscais não são aceites aí pelo que aconselharam-me a ir na direcção municipal de fiscalização de Viana.

IX
Posto lá, encontrei dois supostos responsáveis de operações nomeadamente um tal de chefe Leão e outro Chefe bimbi.
Mal acabei de explicar os ditos disseram-me que já sabiam que seria agredido. Um deles disse me conhecer bem. ‘‘Este senhor é aquele que agita a população a vender nas ruas’’. E se elas continuam a vender é por causa deles e demais outros que andam aí a falar nos meios de Comunicação Social.

X

Mais grave ainda, um deles disse que isso foi planificado e que orientaram os jovens que o negócio das senhoras deve ser destruido e elas batidas na rua para deixarem de venderem porque mesmo levando-as nas esquadras, continuam a vender nas ruas.

Aconselhei os dois que suas ordens são uma clara violação àquilo que tem sido reiterada vezes anunciadado pelas instituições do Estado. Que este, é uma pessoa de bem e tais ordens têm ferem inclusive o bom nome das instituições do Estado.

Quando saía do local, veio ao meu encontro um individuo desfarsado de ardina (vendedor de Jornal), disse-me que soubera do assunto e que é um dos meus adimiradores, queria o meu número de telefone. Depois de lhe dar o número, veio outro a denunciar que aquele não era ardina mas sim bófia que queria ficar com meu contacto.

XI
Dirigi-me ao Comando Municipal da Polícia de Viana afim de apresentar uma participação da ocorrência. O agente em serviço que me recebeu registou o caso mas me alertou que os casos que evolvem os ficais geralmente não têm continuidade porque os seus responsáveis não aparecem nas audiências. Segundo aquele agente da polícia, aquele não era o primeiro caso e todos os outros ficaram e impunes.

XII
Ao sair, cruzei com o suposto ardina desta vez a conduzir uma viatura patrol. E desde aquele dia até o presente momento há sempre individuos a acompanharem-me em todo o lugar onde estiver. Porque? Qual é a missão? Me eliminar físicamente?


XIII
Antecedentes:

Não é de estranhar este comportamento pois, não é novo começou o ano passado.

• No dia 20 de Março de 2015 pessoas estranhas entraram na minha casa e levaram dois HD (Disco Duros). Encontaram conectados a um computador levaram apelas os discos e deixaram outros haveres, bem como os 60.000 kwanzas que estavam sobre a mesa.


• No dia 8 de Agosto do mesmo ano, foi invadido o meu escritório tendo resultado o roubo de 3 três HD e um computador.

• Em Outubro de 2015, fui assaltado por supostos marginais no bairro Hoji ya Henda no Cazenga que levaram apenas a pasta com o computador e 3 HD. No dia seguinte encontrei o computador na lixeira e sem a memória.
Esta conscidência está a mais. E muito estranha e como se não bastasse tenho sempre um segurança a me acompanhar em todo onde vou e todos os dias. Variam apenas de rosto e nota-se que estão a fazer o mesmo trabalho sujo. Para quem trabalham eles não dizem porque não falam comigo mãos estão sempre presentes em todos os lugares onde vou e passo.
Face ao exposto acima importa indagar o seguinte:

• Quem são os jovens e adultos vestidos com o uniforme da fiscalização que aparecem nas ruas e batem bárbarmente nas pessoas que vendem na rua?

• De quem é responsabilidade de ficalizar os vendedores ambulantes? Deliquentes, polícia da ordem pública ou deliquentes?

• Quem lhes deu as pistolas?

• Esses tal senhores que vão à rua e lidam diáriamente com os zungueiros estão preparados do ponto de vista de educação moral? Se sim quem os educa,como, e quanto tempo? Em que etapa de formação passam para se tornarem aptos a trabalharem; quem os avalia e quando cometem são penalizados? Como e quem os penaliza?

• Desde quando fazer análise na rádio ou na televisão foi agitar popular a vender na rua?

• Já há mercados para todos os que vendem na rua? Onde estão e quantos lugares têm cada? Já se encontrou solução para combater a venda ambulante? Se sim esta solução baseou-se em que? se não há nenhum estudo divulgado de académicos sérios?

Em função destas questões e constatando o grau de dificuldade de forma de trabalho dos jovens e adultos de Luanda, proponho uma formação contínua a eles.