Benguela - Na I Sessão Ordinária do Comité Central (CC) do MPLA realizada no dia 23 de Agosto de 2016, após o seu VII Congresso, o presidente reeleito José Eduardo dos Santos disse: “Para manter e reforçar a confiança do povo angolano no MPLA não é suficiente congregar em torno do Líder do Partido os militantes, simpatizantes e amigos do MPLA. É necessário juntar todos em torno de um Programa e de um projecto de sociedade e assegurar a sua concretização”.
Fonte: Club-k.net
É preciso aplaudir o chefe. Parece que cansou de ouvir a perfeição da sua obra e imagem. E de militantes que desconhecem o programa do partido ou seja " as marias vão com as outras".
E dá sinais aos militantes para que fixem mais os olhares ao conteúdo e não a si. Bem dito.
Por outro lado, o “desabafo” pode ser entendido como “conversa para boi dormir” à medida que o culto a personalidade ao camarada presidente atingiu dimensões incontroláveis.
Ora, no mesmo dia que o MPLA convocou as eleições partidárias, o próprio CC derecciou o seu sentido de voto ao candidato recém-eleito.
E, se na verdade o chefe estava cansado de ser “adorado/louvado” teria negado e banido a “idolatria”. Mas calou-se como no sepulcro.
Porquanto, são gastos rios de dinheiro em actividades em todo espaço nacional e internacional para que sejam enaltecidos os efeitos propagandistas do líder. Levando a reboque a imprensa, intelectuais, líderes religiosos e anónimos a troco de fuba, chá, pão, dinheiro e nada.
Essa aposta cega a eternização dos “líderes”, não é de hoje na história universal. E em Angola não é um caso particular do MPLA, pois, é de quase todos os partidos políticos e portanto, com particularidades.
Na UNITA encontramos o presidente Samakuva que não obstante a todos os atributos da sua liderança.
É defendido a ferro e fogo por um “núcleo duro” que faz tudo a todo vapor para perpetuá-lo no comando. E como contrapartida deu-lhes cargos e poder enquanto outros seguem a onda “doentiamente”.
No PRS o cenário é mesmíssimo, Eduardo Kwangana é o “líder vitalício”, aparentemente sem adversário interno em altura. Porquanto, tem uma turma de cúmplices/seguidores com interesses tribais/financeiros/intriguistas um verdadeiro “cocktail”.
A CASA-CE é um verdadeiro “fato pronto-a-vestir” de Abel Chivukuvuku. Um projecto parece ter nascido na “obscuridade”, tudo feito a gosto do seu líder.
Apesar de realizar o II Congresso com múltiplas candidaturas, é público que Chivukuvuku tem ambições presidenciais quer partidárias e estaduais. Por isso, abandonou a UNITA, portanto as eleições são “ simulacro de democracia interna”.
A FNLA é prova mais que evidente que a confusão tem resultados amargos. Atingiu níveis bizarros com pancadarias e eleições de alas. É na verdade, um partido mais que moribundo.
A nível das bases (Provincial, municipal, comunal…) desses partidos políticos os métodos de manutenção das lideranças não fogem à regra. Os interesses de grupos impõem-se aos militantes através das nomeações/indicações ou eleições.
E depois encontramos “pequenas turmas” de colaboradores dos chefes, dançam sem resmungar os seus intentos.
Essas turmas são indiferentes a improdutividade, o nepotismo, anarquia, a exclusão … pois conduzem os partidos em “sentido contrário”. Aí de quem se opor!?
Aliás, os opositores internos encontram barreias intransponíveis e completamente obscuras. Se persistirem nas suas pretensões cairão no olho da amargura.
O apego ao poder é como no sobado.Quem ousa opor-se ao soba?
Domingos Chipilica Eduardo