Luanda - A peste é uma enfermidade que surge ou ressurge num determinado tempo cobrindo progressivamente um determinado espaço. Ela espalha-se dramaticamente trazendo um pânico já que o seu poder de contaminação é rápido e ameaçador. Uma peste é a circulação livre de um tipo de micróbio ou bactéria que vai causando transtornos, mortes e outros resultados traumatizantes. Angola já conheceu a sarna após guerra, o marburg nas regiões do Uíge e recentemente a febre amarela nas voltas de Luanda.

Fonte: Club-k.net

Para alem destas pestes, já houve varias pestilências políticas originadas pelos casos tais como a Kalupeteka no Huambo, Mavungu em Cabinda e a peste 15 activistas+ 2 em Luanda. Falariamos hoje da peste Lukoki. Ultimamente tem-se averiguado um comportamento revoltoso entre os membros veteranos e nacionalistas do MPLA. Como é frequente no seio deste movimento/partido onde predomina a politica de ''sim senhor''; quer dizer quando aceita-se todas ocorrências, planos, propostas e tudo incondicionalmente e mecanicamente. Neste contexto todos membros fieis são alinhados a integrar, incorporar e adoptar tudo sem sombra de dúvida.


Este é a única forma de ser fiel ao líder e aos ensinamentos partidários. Portanto com o decorrer dos tempos a maioria fica decepcionada com a realidade que se convive na grande família comunista. Amontoa-se neste caso experiências amargas no percurso de cada. Então muitos que honestamente contribuíram na montagem desta historia ficam tanto fisicamente esgotados como moralmente magoados e revoltosos. Eis a razão pela qual alguns abandonam, outros morrem antes do tempo e certos escondem-se resmungando nas esquinas nebulosas, acumulando riquezas de migalhas que vão caindo em baixo das mesotas. Estes efeitos formam então uma doença, epidemia ou fôlego que gostaria de chamar por PESTE LUKOKI.


Alguém terá a curiosidade de saber porque Lukoki? Pensei assim porque Lukoki é talvez o único, que como outros no circuito, observou, falou e enfrentou abertamente vários casos defendendo-nos com argumentos sólidos a uma posição correspondente a filosofia original do Movimento. Ele tem tentado pegar, agarrar o touro pelos cifres sem dobrar joelhos perante este gigantesco mito. Habitualmente todos os membros históricos amargurados do MPLA, logo que entram na terceira idade, recebem a coragem de falar, denunciar ou reclamar mas sem efeitos. Quase todos ficam insatisfeitos com a política do novo MPLA e do seu líder, JES.

Coragem este que nunca tiveram/terão na flor e vigor da idade, nos postos de comando ou posições por eles aceitáveis. Talvez haja razão para tal, que se justificaria por poucos restantes dias nas suas existências. Este atrevimento assimila-se com a estratégia do Mugabe: ''ninguém gostaria de perder suas balas no corpo de um velhote''. Assim vão falando sem medo de JES.

 

Todos amargurados (só velhos, porque os jovens adaptam-se a corrupção e vacinam-se contra a realidade) desabafaram antes de morrer: Paulo Jorge, Mendes de Carvalho, Maria Mambo Café etc só com excepção de Norma Nlamvu e Maria Tonia Pedale. Alguns berraram antes de saltar o barco em perigo como Lopo de Nascimento, Pepetela, Marcolino Mouco etc...Também há ministros, generais e outros lideres que foram forçados a aposentamente. Ate aqui Lukoki não saltou do barco, pivotou somente da cabina da tripulação para se esconder nos porões.

 

O remédio contra este flagelo enraizado no seio da família ainda não foi descoberto. Por enquanto o fanatismo e o lambe-botismo tem dado efeitos positivos a curto prazo. E os bajuladores vão subindo os degraus da escada caçoando-se da população sofredora!

Nkituavanga II