Lisboa - A Polícia Portuguesa foi chamada nesta sexta-feira (2) para intervir um episódio de desentendimento na chancelaria militar da Embaixada de Angola em Lisboa envolvendo o adido de Defesa angolano brigadeiro Samuel Zinga Emília e uma Secretária Maria Arlinda e Silva Cristóvão da Cruz. De acordo com testemunhas, a Polícia viu-se impedida de entrar no recinto da embaixada por considerar tratar-se de um espaço pertencente a Angola, conforme determina a convenção de Viena.

Fonte: Club-k.net

Polícia portuguesa chamada a intervir escândalo

O desentendimento entre os dois funcionários teve como base o desfecho de uma orientação do Ministério da Defesa que determinava prematuramente a rescisão do contrato de trabalho de Maria Arlinda da Cruz que fora abrangida no processo que levou, em finais de 2015, a exoneração do então do Adido Auxiliar de Defesa para área financeira, Capitão Yuri António Bula Agapito.

 

Inconformada com a decisão de rescisão do seu contrato de trabalho a Maria Arlinda solicitou indenização ao Ministério da Defesa Nacional. A sua decisão coincidiu com a nomeação do novo adido de defesa, brigadeiro Samuel Zinga Emília. Este por sua vez, terá auxiliado a funcionária na contratação de um advogado sem o concentimento/conhecimento do embaixador Marcos Barricas que neste momento se encontra em Portugal, desde a realização do VII do congresso do MPLA.

 

A ideia generalizada que corre entre os funcionários da embaixada é de que o adido de defesa terá convencido a Secretária Maria Arlinda a aumentar a fasquia da indemnização desejada por aquela de forma a haver dividendo para ambas as partes, através do advogado contratado pelo adido de defesa.

 

O adido e a secretaria terão se desentendido em alguns pontos do acordo mutuo resultando num ambiente áspero entre as duas partes. Foi assim que funcionarias da chancelaria telefonaram para a Polícia para vir acudir a confusão que se estava registrar.

 

Postos no local, os policias viram-se impedidos de aceder ao espaço da embaixada angolana em Lisboa por respeito a convenção de viena sobre relações diplomáticas que proibi agentes estatais do Estado receptor de invadir ou entrar em espaços pertencentes ao Estado parceiro, sem autorização do chefe da representação diplomática.


Desde a época do então Embaixador Alberto Vieira Dias Rodrigues Mingas, esta é a primeira vez que a polícia portuguesa é chamada para intervir a um episódio áspero na embaixada de Angola. Por outro lado, há registros indicando que em outras ocasiões as autoridades portuguesas teriam protestando a cerca da ação do novo adido de defesa de Angola. Numa das vezes foi por este ter convocado um funcionário do Ministerio da Defesa portuguesa para uma tarefa alheia, as suas competências. O funcionário portugues o terá propositadamente denunciado junto ao seu governo.