Luanda – O número de ricos com pelo menos um milhão de dólares no país aumentou 318% entre 2005 e 2015, indica a consultora britânica Knight Frank, especializada em "medir o pulso" do mercado imobiliário de luxo.

Fonte: NJ
Angola é o 5.º país com mais milionários de África, reunindo, em 2015, 6.400 pessoas com um património líquido de pelo menos 1 milhão de dólares, "clube" que em 2005 incluía apenas 1.600 membros.

 

A conclusão consta do recém-divulgado relatório anual sobre a riqueza mundial (The Wealth Report, na versão original), produzido pela consultora britânica Knight Frank há 10 anos.

 

Para assinalar a 10.ª edição do estudo, a Knight Frank, que escrutina a distribuição das fortunas em todo o globo - a partir do rastreio do tipo de investimentos realizados pelos mais abonados, e da inventariação das principais tendências do mercado imobiliário de luxo nas grandes capitais -, compara os dados mais recentes com os indicadores recolhidos no primeiro número, de 2005.

 

A análise revela que em Angola o número de ricos cresceu 318% na última década.

O aumento, evidenciado no número de pessoas com mais de um milhão de dólares, é igualmente expressivo quando se vai subindo na escala dos milhões.

 

De acordo com a consultora britânica, se 6.400 angolanos possuem no mínimo um milhão de dólares, 330 têm as contas recheadas com pelo menos 10 milhões de dólares (em 2005 eram 80), enquanto 71 amealharam mais de 30 milhões de dólares (contra 17 há 10 anos), e 17 apresentam uma fortuna avaliada em mais de 100 milhões de dólares (quando eram apenas quatro em 2005).

 

Já o patamar dos bilionários - detentores de no mínimo de mil milhões de dólares - está reservado apenas a uma pessoa, posição que a revista Forbes, especializada em fortunas, atribui à empresária Isabel dos Santos.

 

Além de Angola, que tem a riqueza concentrada em Luanda, a nível regional os países que mais se destacam pelas fortunas são: África do Sul (46.840 pessoas com pelo menos 1 milhão de dólares), Egipto (20.200), a Nigéria (15.400) e Quénia (8.500).

 

Os dados dão expressão a uma percepção generalizada: apesar da pobreza em que vive a maioria da população em África, os mais ricos crescem a uma velocidade muito acima da média.

 

De acordo com o relatório da Knight Frank, se nos últimos 10 anos o número de milionários aumentou globalmente 73%, em África subiu 143%.