Luanda - Após estas consultas - que neste caso ocorrem três meses depois de o Governo de Luanda ter descartado um apoio financeiro do FMI - o Fundo emite normalmente recomendações sobre a gestão financeira e económica da governação do país.

Fonte: Lusa

Uma delegação do Fundo Monetário Internacional (FMI) regressa a Angola na segunda quinzena de Outubro, no âmbito das consultas regulares da instituição e depois de o Governo ter recuado no pedido de assistência que apresentou em abril.

 

De acordo com uma informação do Governo, Angola participa entre 4 e 9 de Outubro nas reuniões anuais do FMI e do Banco Mundial e de 18 a 31 de Outubro decorrem em Luanda as habituais reuniões com a missão do fundo, ao abrigo do artigo IV (acompanhamento regular) da instituição.

 

Após estas consultas, o FMI emite normalmente recomendações sobre a gestão financeira e económica da governação do país.

 

O Ministério das Finanças angolano confirmou a 11 de Julho que o Governo descartou um apoio financeiro do FMI, no âmbito do pedido de assistência solicitado oficialmente em Abril - para um programa de financiamento ampliado -, justificando na altura a decisão com a subida da cotação do petróleo.

 

"À luz do recente desempenho económico e do acesso a financiamento suficiente, Angola não vai pedir financiamento ao FMI. Angola vai continuar o seu programa de assistência técnica com o FMI", esclareceu na ocasião o Ministério das Finanças, acrescentando que as conversações com os representantes daquele organismo continuam apenas em Outubro.

 

O Ministério das Finanças explicou ainda que o pedido de assistência (Extended Fund Facility - EFF) ao FMI foi feito numa altura em que a cotação do barril de crude atingiu "níveis muito baixos", chegando mesmo aos 28 dólares em Janeiro, quando actualmente ronda os 50 dólares.

 

"As recentes alterações no mercado internacional do petróleo trouxeram perspectivas mais optimistas para a cotação do petróleo, tendo em conta a recente recuperação. Este cenário garante ao Governo um maior equilíbrio fiscal", lê-se no comunicado do Ministério das Finanças, que confirma o abandono da possibilidade de apoio financeiro do FMI.

 

Contudo, acrescenta, o Governo angolano "continua fortemente comprometido" com a implementação de uma reforma estrutural no país.

 

O apoio financeiro do FMI poderia chegar aos 4,5 mil milhões de dólares a três anos.

 

A 14 de Junho, no final das reuniões técnicas que decorreram em Luanda, o chefe da missão do FMI, o economista brasileiro Ricardo Velloso, revelou que o Fundo estava à espera que o Governo angolano dissesse se mantém o seu pedido de assistência financeira, feito numa altura em que o preço do barril de petróleo estava mais baixo.

 

Desde então, Angola já aprovou uma revisão do Orçamento Geral do Estado e o ministro das Finanças, Armando Manuel, que pediu o apoio do FMI, foi substituído no cargo por Archer Mangueira.