Luanda - O Fundo Soberano de Angola (FSDEA), liderado por José Filomeno dos Santos, filho do presidente José Eduardo dos Santos, perdeu em dois anos USD 486 milhões.

Fonte: RA/Expansao

De acordo com a publicação do Expansão, o Fundo Soberano recebeu uma dotação inicial de USD 5 mil milhões e mais USD 46 milhões para despesas da organização e instalação, perfazendo um total de USD 5.046 milhões. Segundo o último balancete do FSDEA, divulgado a 31 de Março deste ano, o valor total dos activos é actualmente de USD 4,56 mil milhões.


O jornal disse que por diversas vezes contactou o Fundo Soberano para obter mais informações sobre a desvalorização dos investimentos colocados à sua disposição pelo governo, mas não obteve resposta. Bem como não teve qualquer resposta sobre a não divulgação das demonstrações financeiras relativas ao ano de 2015, que foram, inclusive auditadas por uma entidade independente.


O Expansão questiona ainda o comunicado do FSDEA, que, segundo o jornal, não deixa claro sobre a que se referem os activos de USD 4,56 mil milhões. Enquanto que numa parte do documento se referem ao montante como “o valor total dos activos”, em outra parte, descreve a publicação, diz apenas “o valor total dos activos presentes no portefólio”.


A notícia explica que o portefólio do Fundo Soberano é constituído “por investimentos directos, através de fundos de private equity constituídos pelo próprio FSDEA, e títulos e valores mobiliários, como acções, obrigações e fundos de cobertura”. No último balancete divulgado, de acordo com cálculos do Expansão, a carteira de títulos valia USD 1.840 milhões, enquanto que os fundos private equity para investimentos interno e em países da África Subsariana totalizavam USD 2.720 milhões.


“Estes fundos visam gerar novas fontes de receita para o Estado, bem como apoiar o desenvolvimento de novos ramos industriais, além da exploração petrolífera. Apesar da instabilidade económica da região, continuaremos a investir em ramos e classes de activos específicos para colher receitas durante a retoma do ciclo económico no continente africanos”, disse o presidente do Fundo Soberano, José Filomeno dos Santos.