Luanda - A polícia mobilizou ontem um fortíssimo aparato para, segundo o porta-voz da instituição, Mateus Rodrigues, neutralizar um assalto que estava em curso numa pastelaria, à Vila Alice.

Fonte: Facebook

Para o efeito, foram usados dezenas de efectivos – forças especiais, brigada anti-terrorista, canina, etc.,- e diversos meios letais, assim como drones. Creio que só não foram usados robots, porque, ao que sei, a nossa polícia ainda não dispõe de tais meios de auxílio.


Apesar de a operação ter-se revelado um fracasso, já que nenhum dos supostos assaltantes foi detido, o porta-voz da instituição castrense rotulou a acção policial de um “ verdadeiro sucesso”. Incapaz de conter o impulso mediático, Mateus Rodrigues não deixou mesmo de gabar a “pronta intervenção da polícia”...


As pessoas que ontem acompanharam de perto ou pela rádio o desenrolar dos acontecimentos esperavam mais da nossa polícia, tendo em conta a panóplia de meios usados e o suspense criado à volta do caso.


Hoje, diante do fiasco policial e dos excessos cometidos questionam se houve, de facto, um assalto ou a polícia simulou o roubo para fazer uma demonstração de força com o objectivo premeditado de passar a mensagem de que tem a situação da criminalidade sob o seu controlo?


Se foi um simulacro, uma prática legal que tem sido usada pelas várias polícias do mundo para testar a sua capacidade de resposta diante de situações do género, a nossa polícia tem a obrigação de informar os cidadãos/contribuintes.


Sem quer, a Polícia deixou a descoberto uma das suas fragilidades: os meios de vigilância electrónica. O apelo que lançou aos moradores para que estes colocassem tais meios em suas residências revela a quantas anda a polícia em matéria de vigilância electrónica!


É caso para perguntar: Onde pára a dita Brigada Electrónica que foi criada há alguns anos, com pompa e circunstância? Ainda funciona? Se não funciona, qual é o destino dado as verbas alocadas para a sua criação?