Brasil - ”Bahamas Leaks" mostram detalhes sobre empresas em paraíso fiscal. Assim como no caso dos "Panama Papers", dados foram enviados ao jornal alemão "Süddeutsche Zeitung" por uma fonte anônima.

Fonte: Esquerda diario

Apenas cinco meses após os chamados Panama Papers, um novo vazamento expõe políticos que usavam um paraíso fiscal para esconder seu dinheiro. O jornal alemão Süddeutsche Zeitung divulgou nesta quarta-feira (21/09) documentos referentes a offshores abertas nas Bahamas entre 1990 e 2016.

 

O vazamento inclui dados referentes a mais de 175 mil empresas-fantasmas e fundações com sede no paraíso fiscal. Os dados fazem parte do registro de empresas do governo das Bahamas.

 

Entre os nomes de maior destaque que aparecem nos chamados Bahamas Leaks está o da ex-comissária da União Europeia (UE) da Concorrência Neelie Kroes. A holandesa, de 75 anos, aparece registrada como diretora de uma offshore durante o período que exercia sua função na UE. Integrantes da Comissão Europeia são proibidos de exercer outras funções.

 

Além de Kroes, aparecem nos documentos os nomes de políticos como o ex-ministro colombiano de Minas Carlos Caballero Argáez, o ministro de Finanças canadense, William Francis Morneau, do vice-presidente angolano, Manuel Domingos Vicente, e da ministra do Interior britânica, Amber Rudd. A Federação Internacional de Tênis (ITF) figura também nos Bahamas Leaks.

 

Os documentos revelam uma rede de empresas offshore de líderes do cenário político mundial. Entre os nomes encontrados estão:

Mauricio Macri – holding da família do atual presidente da Argentina;
Neelie Kroes – ex-comissária da União Europeia de 2000 a 2009;
Amber Rudd – secretário do interior do Reino Unido;
Ian Cameron – pai do ex-primeiro ministro britânico David Cameron;
Marco Antonio Pinochet – filho do ex-ditador Augusto Pinochet;
Carlos Caballero Argáez – ministro de Minas e Energia da Colômbia de 1999 a 2001;
Sani Abacha – filho do presidente da Nigéria;
Sheikh Hamad – ex-ministro do Exterior do Qatar.

 

Diferentemente dos Panama Papers (leia tudo sobre a série aqui), o acervo do Bahamas Leaks não inclui e-mails ou contratos relacionados a essas companhias nem indica quem são os seus beneficiários finais. A base de dados dos Bahamas Leaks está disponível aqui.

 

Estão disponíveis os nomes de 25 mil administradores e funcionários nomeados para controlar essas empresas. Somado aos Panama Papers, o ICIJ encontrou nos 2 paraísos fiscais 500 mil offshores ligadas a 200 países.

 

A equipe do Esquerda Diário identificou que há brasileiros envolvidos em offshores nas Bahamas. Publicaremos em breve aos leitores do ED quem são os "honrados republicanos" que lavam dinheiro e cometem fraudes fiscais nas Bahamas.