Luanda - O activista angolano Manuel Chivonde Baptista, conhecido por Nito Alves, que integra o grupo dos 17, queixa-se de ter sido ameaçado de morte por agentes da brigada motorizada da polícia nacional em Viana nas imediações da sua residência.

*Manuel José
Fonte: VOA

Nito Alves, que se encontrava com sua mãe, Dália Chivonde, a namorada Laurinda Gouveia e outros dois amigos, diz ter formalizado a queixa junto da esquadra em Viana e com seu advogado vão intentar uma queixa-crime contra os agentes da polícia.


A polícia diz ter tomado nota da participação e o comandante da esquadra da polícia pediu desculpas a Nito Alves,que mantém a ideia de processar a corporação.


Tudo ocorreu em Viana, no último fim-de-semana, quando seis agentes da polícia, alguns da brigada motorizada e outros à paisana supostamente do SIC (Serviços de Investigação Criminal), apontaram as armas em direcção a Nito Alves e o ameaçaram de morte.


“Apontaram-me a arma e o pessoal que estava comigo ficou amedrontado, usaram as seguintes palavras: Vais morrer, estás na nossa lista, cuida-te porque vais morrer, tendo a minhamãe ficado sem forças'', disse o activista à VOA.


A cena foi testemunhada pela mãe, Dália Chivonde, pelo amigo e activista Emiliano Catumbela e transeuntes.


''Eu estava na rua, ao lado do meu filho, quando vi os indivíduos, fardados com traje da polícia e um a civil,diziam apontando a arma para o Nito: Você já está na nossa mira espera só vais cair, tu serás o próximo da lista'', contou Dália Chivonde.


O também activista Emiliano Catumbela reconheceu “alguns dos agentes da polícia que tinham prestado serviço aquando a prisão domiciliar de Nito Alves”.


Apesar de considerar que “queixar da polícia é o mesmo que queixar do porco ao javali”, Nito Albes revelou que o comandante da esquadra policial pediu desculpas pelo acto.


''Não temo pela minha vida, podem tentar ameaçarem-me de morte, perseguir-me, humilhar a minha família, é tudo perda de tempo, não vou mudar nem recuar na minha posição, estou sereno e calmo'', garantiu o activista que vai intentar uma queixa-crime contra a polícia.


Manuel Nito Alves, que juntamente com outros 16 activistas foram condenados, na primeira instância, por associação de malfeitores e tentativa de golpe de Estado, encontra-se em liberdade condicional à espera da decisão do Tribunal Supremo.