Luanda - O actual sistema financeiro do país tem fundamentos sólidos e apresenta dificuldades que resultam de todo um enquadramento económico global, considerou hoje, em Luanda, o ex-governador do Banco Nacional de Angola, José Pedro de Morais.

Fonte: Angop

Ao dissertar sobre o tema Modernização e funcionamento do sistema financeiro, no I Congresso dos Empresários de Luanda, Pedro de Morais referiu que a saída para o sistema financeiro está na política macroeconómica, dos próprios programas individuais e nos empresários.



Na óptica de Pedro de Morais, a sensibilidade da taxa de câmbio ao nível geral de preços, os efeitos que se esperavam do novo regime de cambial no sector petrolífero e o endividamento externo normal que alguns bancos tinham no momento em que iniciou a crise, terão contribuído para a amplitude do desequilíbrio no mercado cambial, que se regista até ao momento.


Quanto aos limites do desenvolvimento de reformas neste no sector, apontou o abrandamento do crescimento económico e as políticas macroeconómicas, como factores que levarão à redução da base de depósitos, provavelmente o aumento do crédito mal parado, e por via da desvalorização, embaçar nos rácios de solvabilidade dos bancos.



Isto constitui sempre os esforços que a modernização de um sistema ter que ter em conta, disse.


Ao referir-se ao funcionamento dos bancos, sublinhou que do ponto de vista agregado , o sistema bancário angolano tem fundamentos sólidos, mas , se forem considerados individualmente cada um, verifica-se que existem bancos que já atingiram níveis de fundos próprios e de liquidez financeira muito perigosa.


A este respeito, sublinhou que os esforços de desenvolvimento de um sistema financeiro terão que lidar com esta situação.


Referiu que a ideia de apresentação deste tema foi no sentido de, em conjunto (Executivo e empresários), encontrarem algumas pistas para o levantamento dos constrangimentos que existem hoje.


É preciso perceber o funcionamento do sistema financeiro, os limites e os constrangimentos dos empresários, para, a partir daqui, estes poderem endereçar propostas para o Executivo, pontualizou.