Benguela - Na província de Benguela, a JMPLA, organização juvenil do partido no poder, caminha ladeira abaixo desde que Adelta Jorgina Matias, assumiu o comando da organização em 2014. Com uma gestão tímida e impropria para os tempos modernos, Ela tornou-se sombra de si mesma com consequências directas para o projecto politico do MPLA que se vê reduzido de uma importante estrutura que deveria servir de veiculo para mobilização dos jovens, face ao grande desafio eleitoral de 2017, ou seja, a JMPLA tornou-se numa “muleta obsoleta”.

Fonte: Pérola das Acácias

Nos dois anos de consulado, Adelta Jorgina Matias ainda não engrenou e não consegue sair da “primeira mudança”. Tanto que se esforça, mas os resultados estão aquém do desejado. “Parece um camião a patinar numa elevação acentuada e a qualquer momento pode descarrilar”. Dai justificar-se o fracasso na luta para entrar no Comité Central. De resto, na direcção da JMPLA em Benguela ninguém conseguiu “nem cheirar” à porta do CC. A frustração do “chumbo” está à vista, muitos andam cabisbaixo. Esta é de resto uma história para outros capítulos...

 

Entretanto, na última quarta-feira, 05, coleccionou mais um fiasco. Para lotar o pavilhão do 1º de Maio de Benguela, onde aconteceu uma palestra sobre o processo de actualização de dados do registo eleitoral, assistida pelo secretário nacional da organização, Sérgio Rescova, a JMPLA viu-se obrigada, mais uma vez, a recorrer ao velho “troque” de ir às escolas do ensino médio publico da cidade de Benguela buscar alguns estudantes.

 

Segundo relatos recolhidos no local, muitos estudantes do Instituto Médio Politécnico de Benguela e Magistério Primário sentiram-se traídos pelas direcções das respectivas escolas, uma vez que, quando passou o aviso nas salas, segundo o qual cada turma deveria ceder dez alunos para fazerem parte de uma actividade extra-escolar, sem nunca ter mencionado que se tratava de uma palestra organizada por uma formação político-partidária.

 

“Nós saímos da sala para o autocarro que nos levou até ao pavilhão do Estrela Clube 1º de Maio, mas para nosso espanto, postos lá, nos deparamos com bandeiras do JMPLA e como se não bastasse, fomos ameaçados puder vir a levar falta indisciplinada, caso não assistíssemos ao acto”, contou um dos estudantes.

 

«pedimos que nos livrem, um pouco, das vossas imposições políticas. Nós, como cidadãos nacionais, nessa parcela do país, temos a prerrogativa de escolhermos o partido que achamos ideal. Este nosso direito está plasmado na Constituição da República – Lei Mãe – por isso há que respeitarmos todos!», e acrescenta: «a participação nos acto políticos partidários deve ser da nossa livre e espontânea vontade. Porque é que continuam a nos forçar a participar nos encontros de índole política contra a nossa vontade? Aliás, tais encontros decorrem em instituições públicas e, como se isso não bastasse, acontecem sempre no horário de aulas, ou seja, interrompem as actividades laborais para satisfazer para nos obrigar a assistir a encontros cheio de nada e coisa nenhuma. Isso é grave!», desabafou outro estudante de apenas 17 anos.