Huambo - Vladimir Vladimirovich Putin, ‘Volodya’. Com rosto familiar, estatura média e magro, o seu estado físico, gerido em ginásio e outras actividades de carácter desportivo, proporciona-lhe uma fisionomia juvenil e mais vitalidade; nada omite o seu aspecto ginástico, nem mesmo um casaco. – Sonso finório de modos finos, olhar perspicaz e sorriso reservado, Putin é uma pessoa bem-disposta, simpática e fotogénica. Eslavo russo de etnia, ele orgulha-se de sua etnicidade e também fala alemão fluentemente, e inglês; aprecia a música rock ’n roll. Nasceu em St Petersburg, uma grande cidade russa, a 7 de Outubro de 1952, onde aprendeu o judo, estudou Direito e passou a servir a sua pátria através de serviço no antigo KGB com o qual viria a servir até aos dias da dissolução da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.

Fonte: Club-k.net

Com o KGB, Putin trabalhou em Dresden, a sul de Berlim no este da então Alemanha de leste onde, em plena era da Guerra Fria, o espião russo vivenciou humilhantes indícios do início do colapso do socialismo soviético ante à progressão dos valores da democracia. Em conformidade com o escritor alemão Michael Stuermer (em Putin e o despertar da Rússia, 2008), em Dresden, “Putin encontrava-se em condições privilegiadas para observar”; no entanto, em adição a assimilação da disciplina de Jurisprudência e da experiência de sua antiga profissão, a Alemanha constituiu para Putin, uma crucial base de formação ao nível de sua visão pessoal da vida. A discutir fervorosamente os tradicionais direitos russos junto da comunidade internacional, Putin é o mais exclusivo wrangler político da Rússia de hoje.

 

À quem não conhece o perfil desse mártir vivo, surgem perguntas como: porque é que Putin é tão falado? Porque é que esse homem é considerado um herói, não somente na Rússia mas também em outras sociedades através do mundo?

 

Eu poderia falar de Abraham Lincoln, o estadista norte-americano que fez vibrar contra o sul de seu país uma guerra antí-separatista desfavorável a escravatura em Estados onde essa condição desfez corações de muitos homens e mulheres oriundos de África; ou, falar de Jósef Stálin, a polémica figura da história soviética que promovera a Rússia de país agrícola à nação industrializada, uma superpotência cujo poderio militar viria vibrar a mais decisiva das forças que demoliram a mais importante singular máquina de guerra no mundo criada por Adolf Hitler da Alemanha nazista; a Rússia viria a ser a primeira nação a enviar à órbita o primeiro satélite artificial que deu início à era da exploração espacial, a primeira nação a enviar um homem à órbita. Assistência material e político-diplomática russa foi decisiva na contenção do intervencionismo norte-americano na Península Coreana (1950-1953), em Cuba (1962), Vietnam (1955-1975), na vitória cubana-angolana na batalha de Cuíto Cuanavale em Março de 1988, o triunfo que viria a resultar na abolição do regime de apartheid na África do Sul.

 

Escolhi falar de Putin e seus actos na Rússia de hoje, não com ares superiores de muito sábio a se referir à um “chefe” qualquer, mas sim com atitude de sincero reconhecimento do valor de um indivíduo de uma sociedade cuja influência foi crucial na normalização do processo político angolano, um processo através do qual emergimos ao que somos hoje: “um só povo, uma só nação”. – O ser desse camarada é intrigante! “Uma rosa perfuma as mãos de quem a esmaga”…

 

Putin era vice-presidente da Câmara de St Petersburg; quando o seu antigo chefe, o presidente da câmara, Anatoly Sobchak, fervorosamente anticomunista, perdeu a corrida à reeleição, Putin preferiu o desemprego à traição.


O novo administrador propusera mante-lo, sabendo que este acarretava em sua psique muitos segredos de Sobchak; Putin evitou a oferta e de seguida mudou-se para Moscovo, onde conseguiu um cargo pouco significante no Kremlin (sede do governo russo); ele estava consciente de que havia assuntos sérios para se tratar… havia responsabilidades complexas para se assumir na Rússia e em nome da Rússia no resto do mundo; o mundo conhece a Rússia e conta com ela em iniciativas de soluções à vários problemas globais, pelo que, a sua ressurgência como superpotência proporciona reconforto.


A partir de 1999, notícias sobre eventos evolutivos e melhoria na sociedade russa eram animadoras; assistiu-se na BBC referência a um sensacional assalto militar russo à rebelião secessionista islâmica na Chechénia onde os barbudos terroristas eram despachados em seus pardieiros, enquanto em Berlim ecoava pela rádio DW e televisão, informação sobre iniciativas de revitalização socioeconómica nas terras do urso mítico; comentários sobre uma restauração de poderio militar na Rússia ecoaram um pouco por todo o mundo… a herança dos poderes soviéticos pela Rússia concretizava-se por terra, mar, e ar.


Essa evolução era qualquer coisa como magia da personalidade de um pequeno homem pouco notável; o que acirrava curiosidade era o facto de haver na Rússia mais dedicação à ressurgência do país do que à divulgação do nome do herói.


A mídia e os homens através do mundo eram quem pareciam ansiosos em querer saber mais sobre o patriota russo que andava muito atarefado através do país e resto do mundo; parecia uma das misteriosas figuras do FSB (ФСБ), um dos serviços de espionagem mais poderosos do mundo. Antes de ascender ao cargo de presidente da Rússia em Março de 2000, entre 1998 e ’99, Putin tivera passado pelos cargos de adjunto do conselheiro para a administração presidencial, director do FSB, secretário do conselho de segurança, e, posteriormente, primeiro-ministro. Em Junho de 2001, George Walker Bush encontrou-se com Putin em Ljubljana, Eslovénia… “olhou-o nos olhos e conseguiu sentir um pouco de sua alma”; o então presidente norte-americano gostou do que viu e anunciou ao mundo que Putin era “muito sincero e de confiança”. Embora essa caracterização revele-nos mais sobre Bush do que sobre Putin, foi uma avaliação sincera, pois o político americano reconheceu em Putin a verdadeira qualidade da mania política russa, enraizada em tradições próprias e inalienáveis; Putin é uma pessoa relaxada e feliz consigo mesma; em outras palavras, ele é realmente charmoso, pelo que, naturalmente, a sua personalidade atrai outras pessoas e, é bem tratado. De acordo com anotações encontradas em “Midnight Diaries” (Diários da Meia Noite), de finais de Abril de 2000, de Boris Yeltsin, o ex-presidente russo, “Vladimir Putin, um homem incorruptível e de confiança”, era o seu legítimo sucessor. Tony Blair, o então primeiro-ministro britânico, tratava-o como “dear friend” (querido amigo). – Em 2016, Donald Trump, o candidato republicano à presidente dos Estados Unidos revela-se compreender Putin e pretende melhorar as relações bilaterais com a Rússia, caso seja eleito; as expressões de Trump são uma prova de que a Casa Branca já não consegue ignorar o Kremlin, o que Putin há muito desejava; ele pensa da dissolução da URSS como “a pior catástrofe do século XX”, um problema dos próprios russos, causado por russos. Se o sistema sociopolítico comunista soviético tivesse como um aspecto essencial evolução humanista, talvez não haveria a necessidade de se erguer o Muro de Berlim ou, esse não teria se desmoronado e nem haveria tanta controvérsia na URSS que a levasse à dissolução.

 

Após o referido episódio de Berlim em 1989 e a desintegração da União Soviética em 1991, generalizou-se e, por muitos anos, a ideia de que os Estados Unidos esmagavam toda gente, e que, não havia outro peso na balança das Relações Internacionais. “O poderio subtil dos Estados Unidos vai além da força militar”, escreveu Michael Stuermer, “conquistando mentes e simpatias”; a Rússia, ainda a sofrer as consequências do colapso da URSS, pouco tinha para oferecer. A capacidade industrial norte-americana, a sua pujança na área da pesquisa e desenvolvimento são incríveis.


Os elementos de influência norte-americana, tais como a Organização Mundial do Comércio, o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional continuam a regular a globalização, o que incentivou os líderes dos EUA a tomar, em relação a outras nações, atitudes de egoísmo e prepotência; soube-se que, em vez de se dedicar à cooperação mútua com outras nações, os Estados Unidos adoptaram a mania do triunfalismo ocidental que se pensa ter sido alcançado na luta pela promoção da democracia e o chamado “excepcionalismo americano”; aspiram precisamente a uma ordem mundial dirigida por Washington e só, “centro de um mundo unipolar”, portanto, uma ordem mundial com apenas um centro de autoridade, força, e decisão. Existem pessoas que vêm outras sociedades como periferias por se explorar; mas como são contrapostas pelos russos, tendem a dedicar-se à tentativa de, a todo custo, fazer enfraquecer a Rússia para posteriormente revirarem-se aos seus objectivos. Esforçam-se em querer descredibilizar a liderança política e militar da Federação Russa. Ao princípio romano “divide et impera”, ou seja, dividir para reinar, os americanos tendem a promover exploração sensacionalista de casos de discórdia entre os russos e outros povos, instalar bases militares em países vizinhos da Rússia, promover sessões de exercícios militares nas proximidades de suas fronteiras, e caluniar suas instituições estatais e governamentais.

 

A mania de se promover simultaneamente a propaganda e a contrapropaganda é um aspecto especialmente enigmático e privilegiado no serviço político, e, nos Estados Unidos, essa tradição é tão evoluída que as operações de informação assim como as psicológicas vigoram em quase todo o modo de vida da nação americana, tanto a nível da sociedade como em relações com outras nações. A imponência norte-americana faz-se sentir nas demais formas de expressão de quase tudo relacionado com os Estados Unidos, inclusive na literatura, moda, nas artes, na arquitectura, nos editoriais de opinião, na indústria transformadora, em websites interactivos, actos sociopolíticos, alguns dos quais com ideias conspiratórias antí-russas, piadas premeditadas directas ou indirectas à Rússia. Alvos têm sido quase tudo e todos que exerçam influência maior e menor na evolução de qualquer acção que dignifique esse país localmente e através do mundo. Acredito no FSB e nas responsabilidades que tem, de apoiar os políticos e a sociedade russa em geral, na sua árdua tarefa de recuperar o seu lugar no universo. Propaganda inclui a promoção de mitos sociais que estão tão enraizados numa cultura que, geralmente é difícil reconhecer uma mensagem como sendo propagandística; e, a propaganda norte-americana pode ser mais perigosa do que um exército de classe universal, porque não há artilharia que possa impedir as suas mentiras de se difundirem e minarem a segurança dos interesses russos no mundo.

 

Apesar de desvantagens em relação aos Estados Unidos, seria uma loucura os analistas políticos, e os próprios políticos negarem o facto de a Rússia ser uma grande potência ou de a sua influência continuar a evoluir; trata-se de uma ressurgência em todos os aspectos, principalmente nas áreas económica, sociopolítica e cultural, e não somente no que diz respeito à segurança. Após mais de uma década de estagnação em caos nos anos ’90, os ventos justos voltaram ao país, e “mais uma vez o urso ressurgiu da gruta e as coisas terão que mudar”. Moscovo tem a notoriedade de fazer com que o mundo se adapte a vários aspectos de sua maneira de coexistência; a ascensão da Rússia ao seu lugar tradicional é meritória e, desta vez prevê-se que a sociedade russa poderá alcançar um nível de civilização adequado aos desafios do século e viável no processo de integração com a Europa, sobretudo no que diz respeito ao modo de vida do velho continente e, especialmente ao estilo alemão. Com 11 fusos horários e a partilhar fronteiras com outros 15 países, o país da maior vastidão territorial (17,101,300 km²), com cerca de 150 milhões de habitantes, o mais auto-suficiente em recursos naturais geralmente das maiores proporções, é uma potência com enorme poder militar, inclusive um arsenal com mais de 10 mil armas nucleares em várias configurações e um complexo energético com reservas de petróleo que, ao ritmo de exploração actual, deverão durar cerca de 21 anos e com bolsas de gás natural suficientes para os próximos 171 anos. A Rússia é uma criadora de tecnologias, e, Roscosmos, a sua agência espacial detém os melhores registos universais de eficiência operacional, e é a líder na exploração do espaço cósmico desde que lançou à órbita – Sputnik I em 1957 e o cosmonauta Yuri Gagarin em 1961. Os patriotas russos sabem e tendem a fazer evoluir a ideia de que, para se ser uma grande nação urge a necessidade de se dar soluções sustentáveis a questões económicas, sociopolíticas, etc., além de segurança; é também preocupante, o país geograficamente mais vasto do planeta ser habitado por apenas cerca de 150 milhões de pessoas.

 

Sob responsabilidades de Putin como político, vários salários na Rússia, alguns dos quais previamente parcos, melhoraram e passaram a ser disponibilizados a tempo regulamentar… as condições sociais melhoraram para a maioria e em todas as comunidades, inclusive em áreas mais recônditas do meio rural, o que suscitou uma atmosfera de confiança e fé no futuro; com evolução democrática e liberalização em diversas áreas do sector económico, surgimento de mais postos de trabalho, espaços de laser, ginásios, etc. e, apelo ao patriotismo, muitos jovens previamente perdidos no alcoolismo, estilo de vida sedentário, delinquência, etc. –, vida desregrada, foram recuperados e hoje são daqueles que constituem o embrião de uma futura geração de responsáveis por todos os aspectos da vida de uma nação aspirante à superpotência; havia diversas causas de perdas de vida, inclusive casos de assassinatos políticos, terrorismo, acidentes de viação, etc. Quanto à questão demográfica, os russos estão conscientes de que, “quando se tem um país vasto pouco populoso, as pessoas valem mais do que território”; o processo russo de regulação demográfica deve ser uma prioridade; deve-se proporcionar ao cidadão russo uma atmosfera de segurança no país e no estrangeiro. A 8 de Julho de 2006, a Duma (parlamento) do Estado aprovou uma legislação que concede ao FSB a autoridade de enviar agentes para interceptar “grupos terroristas” no estrangeiro; “de acordo com esta alteração à lei, as unidades de operações especiais do FSB podem ser utilizadas à discrição pelo presidente contra terroristas e bases localizadas fora da Federação Russa, com o objectivo de se eliminar ameaças à Federação Russa”, afirmava Mikhail Grishankov, então vice-presidente do Comité de Segurança da Duma.

 

Sucessores de várias responsabilidades num país riquíssimo em diversos recursos, inclusive ciência e tecnologia, os russos estão servidos, providos em quase tudo quanto necessário para a sua existência como indivíduos, como comunidades, como nação em geral, responsáveis pela restauração do estatuto de superpotência; há um processo de avanço industrial e diversificação da economia. Além de petróleo, gás, e armamento, que são as três jóias do leque de produtos de exportação russos, a Roscosmos exporta aos Estados Unidos motores de foguetões, e, a Soyuz, uma marca de naves espaciais de fiabilidade lendária, assegura à Roscosmos o prestígio de ser, actualmente, a agência que mais satélites russos e estrangeiros envia à órbita e, a única que envia cosmonautas e astronautas à Estação Espacial Internacional (ISS).


Os russos prevêem restaurar o potencial agrícola do país e exportar um volume de produtos superior ao do armamento; mas, Rosoboronexport, a agência russa de exportação de armas é uma das duas mais importantes do mundo a seguir a dos Estados Unidos; a concorrência de armas russas no mercado mundial é animadora. Em 1941 surgiu na Rússia o sensacional tanque de guerra T-34, o melhor da II Guerra Mundial (1939-1945). – Até recentemente havia outro tipo, o T-90; em plena atmosfera de tensão diplomática com o Ocidente como consequência da reposição administrativa russa na Crimeia, e sob “sanções económicas”, a 9 de Maio de 2015 na tradicional Parada do Dia da Vitória, que marcou na Praça Vermelha em Moscovo, o 70° aniversário do fim da II Guerra Mundial na Europa –, para o desalento do Ocidente, apareceu o complexo tanque “Armata” T-14, o melhor do mundo; poucos dias depois, o presidente russo anunciou um plano de se adicionar ao arsenal nuclear do país mais 40 armas, uma acção prevista num processo legal de revitalização das forças armadas da nação mais ameaçada do universo. Instruído segundo regras da ciência militar e contagiado com entusiasmo num espírito moral alto, um soldado russo de hoje reflecte as qualidades de um exército que destaca-se por um carácter excepcionalmente operativo, concreto e nítido, mas misterioso; o aperfeiçoamento do aspecto militar da ressurgência russa continua sem sobressaltos, e alguns dos seus efeitos verificam-se nas recentes operações no conflito sírio; a capacidade do exército russo de desdobrar efectivos e material é impressionante e suscita comentários incríveis entre generais da OTAN. Apesar de, actualmente, a sociedade russa estar atarefada no gradual processo de reorganização interna, é o único contrapeso aos Estados Unidos, pois assegura uma ordem universal equilibrada com base numa correlação de forças. Querer intervir à toa em outras sociedades é inaceitável; o que importa é a fusão de ideias que convirjam ao melhoramento da humanidade. Apesar do xadrez político ser novo, as regras do jogo continuam as tradicionais. Os russos reivindicam as suas tradições de expressão no mundo enquanto ao mesmo tempo tendem a manter com os Estados Unidos um universo bipolar, ou seja, um mundo com destinos definidos pelas duas potências.


Os alemães, os britânicos e os franceses pensam que, visto que as relações entre Washington e Moscovo têm sido tensas, precisam de acompanhamento profissional e que, Berlim é a praça de prestação de aconselhamento; mas essa impressão não é realista, pois, os russos e os seus adversários conhecem-se bem, assim como os terminais telefónicos um do outro, tanto os dos centros de crise de Moscovo e Washington, como os respectivos departamentos de combate ao terrorismo, no FSB e na CIA, ou os de todas as outras direcções exclusivas, dedicadas a questão da não proliferação de armas de destruição maciça. Ambos os lados continuam a ter princípios importantes em comum e partilham as respectivas análises de risco, pelo que, ambos tendem à manter a actual estrutura do Conselho de Segurança (CS) das Nações Unidas, apesar do desejo de outras nações em também terem assento a essa mesa; evitam admitir mais membros no “clube nuclear”. Assim, não haverá um único representante do processo político global; porém, um mundo multipolar levaria a desordem, pois, devido à susceptibilidade de conflitos de interesses nacionais entre integrantes do CS da ONU, um grupo de muitos indivíduos poderia transformar uma breve reunião em uma discussão interminável. Com complemento da Grã-Bretanha, França, Alemanha, e Japão –, a Rússia e os Estados Unidos proporcionam ao universo um equilíbrio apropriado. Apesar de inúmeras diferenças entre esses dois, de um modo geral vamos bem.

 

Recentemente, alguém na Europa afirmou que Charles de Gaule, o antigo estadista francês, estava certo quando disse que “Stálin não caminhou ao passado; ele dissolveu no futuro”… Uma russa – activista de direitos humanos, Elena Bonner, ex-esposa do físico nuclear e pacifista universal russo Andrei Sakharov, dissera que “Putin representava um estalinismo modernizado”… é opinião dela; na realidade, Volodya é muito mais do que um “homem de aço” –, é forte e flexível. Segundo Elena Tregubova, uma jovem jornalista russa que conhece o seu compatriota, “Putin é incrivelmente capaz de se ajustar à quem interage com ele… é um reflector fenomenal”, tão persuasivo que leva outrem a acreditar que é igual a si, uma alma gémea; um parecer após outro, opiniões sobre Putin haverá sempre; já fez algo à que a chanceler alemã, Angela Merkel terá reagido dizendo que “Putin vive em outro planeta”. – Esse homem é tão diligente que, alguém terá dito que era ele quem estava a causar ao presidente dos Estados Unidos rápida degeneração dos cabelos que tornam-se cada vez mais brancos como consequência de envelhecimento precoce; e, para coroar tudo isso, Forbes, uma revista norte-americana, considera esse russo, pela terceira vez consecutiva, o homem mais poderoso do universo, deixando os líderes americano, alemã, francês, britânico, japonês, e o Papa –, todos para atrás.


A influência do processo político russo, sem limites, é tão abrangente que, até eu, cá no Huambo, acesso à informação como se estivesse a residir na Alemanha, Suécia ou no Japão. Através de tv por satélite, na zap – canais 149 (RT), 152 (Rossiya 24), estamos bem servidos; a Euronews, a BBC, e France 24 não dispensam assuntos russos, e, com um potente radiorreceptor às madrugadas, há acesso à Voz da América que tem correspondente em Moscovo; além dos jornais digitais Pravda, Tass, RT, Ukraine Today, e BBC Homepage, há livros. Seja como for, o essencial é resolver os problemas dos russos e manter a comunidade internacional ordeira.


Como que por uma lei natural qualquer, Putin compreende isso, e age à propósito; ele é sensível ao “sentido de tarefa”, à “seriedade de propósito” e, ao “sentido de valor pessoal”. Cristão com integridade de carácter, Putin é um servo que parece amar a sua pátria como ama-se a si mesmo; as suas crenças, a sua personalidade, e a sua determinação e influência sobre os seus compatriotas são sensíveis no processo da ressurgência; as circunstâncias em que vigora essa evolução poderão ser sustentáveis se os próprios russos reconhecem que, hoje e amanhã, compreender os interesses nacionais e dedicar-se ao patriotismo a exemplo das aspirações de Putin é um avanço.

A luta continua!