Luanda - Um dos jovens que integrava o grupo que assassinou três pessoas no Bairro Serração Margol, há 10 dias, no Cazenga, durante um assalto a uma cantina, saiu da prisão via Lei da Amnistia e foi no cárcere que conheceu alguns dos cúmplices nesta matança.

Fonte: NJ

Carlos Gomes, de 21 anos, que morava ao lado da casa assaltada, confessou à polícia que foi preso em 2014 e saiu da cadeia, há pouco tempo, tal como outros restantes elementos do gangue, no âmbito da Lei da Amnistia.


Durante o tempo de reclusão, conheceu alguns jovens e, juntos, criaram um grupo que se dedicava a fazer assaltos em Luanda.


"Já fui detido muitas vezes e não me lembro de quantos assaltos já realizei, em apenas dois meses de liberdade. Mas nunca resultaram em morte, esta é a primeira vez", relatou.


A casa assaltada, por volta das 02:00 da madrugada, do dia 05 deste mês, localizada na rua do Big, não era o alvo do grupo, mas sim uma cantina que se encontra no interior da moradia, junto à linha férrea.


O assaltante, que é vizinho das vítimas, contou que ficou de fora do quintal, a vigiar, com receio de ser reconhecido pelos proprietários da residência, que eram seus vizinhos. E foi aí que ouviu os disparos.


"Conseguimos levar uma pasta da cantina que tinha quatro mil kwanzas, fizemos a divisão e deu apenas para comprar drogas", contou.


Durante o assalto, morreram dois irmãos que se encontravam no interior da residência e que eram filhos do proprietário, Miguel Manuel Pedro, também baleado mortalmente, e no exterior foi atingido o inquilino que geria a cantina, Luís Fuca, quando fugia com o seu filho Miguel Fuca, de 13 anos.


O filho ficou ferido gravemente na cabeça, encontrando-se internado no Hospital Américo Boavida, e o pai morreu.
O proprietário da residência, que foi atingido com vários tiros nas costas, está a receber tratamento no Hospital Militar Central de Luanda.