Rio de Janeiro - Nos últimos meses, têm-se propalado vários artigos sobre a vida do Cônsul Geral de Angola no Rio de Janeiro, Rosário Gustavo Ferreira de Ceita, a quem seus detratores, por sinal, uma nata de colegas do próprio Ministério das Relações Exteriores, acusam de corrupção, nepotismo e incompetência na administração da representação consular na cidade carioca. Ante a forma sucedânea e torpe com que tais notícias vêm circulando, urge, como cidadãos angolanos no Rio de Janeiro, esclarecer que, apesar de o cônsul não estar imune a tais vilanias enquanto pessoa humana, tal noticiário tem como objetivo claro macular sua imagem, forçando sua retirada do Rio de Janeiro, permitindo que o consulado volte aos tentáculos da velha casta de diplomatas que o dirigiram como um feudo pessoal e o distanciaram, como foi outrora, da própria comunidade que representa, enquanto zelador dos interesses desses seus nacionais.

Fonte: Club-k.net


Na verdade, esta campanha difamatória, da qual instamos seus idealizadores a envergonharem-se, ou, se lhes for razoável, a titubearem antes de voltarem a tecer uma única acusação, é eivada da inveja de atualmente verem a comunidade angolana, sobre tudo, a classe baixa, que vive nas favelas e resignada à proteção do organismo que os representa – o consulado – a frequenta-lo, uma vez que está agora verdadeiramente aberto aos seus nacionais, como nunca foi em toda sua história, um facto que nós residentes nessa cidade vemos como epifania.

 

Dispensando vários protocolos pomposos característicos da mentalidade tacanha de nós angolanos, o atual cônsul, Rosário de Ceita, visita as mais pobres e desconhecidas famílias angolanas no Estado do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, estes dois últimos também sob sua esfera jurisdicional.

 

Por muito tempo, o atendimento ao público sempre foi dos mais ridículos e amadores. O acesso à figura do cônsul como servidor público de nossos interesses sempre exigiu rituais quase papais. A demora no levantamento dos passaportes sempre foi desesperadora. Por muito tempo, víamos nossa representação consular como uma instituição para tratar somente documentos, isso se o conseguíssemos fazer a tempo útil às nossas necessidades civis. Nunca o víamos como uma casa comum a todos nós, na qual, como acontece hoje, podemos passar um final de semana assistindo a uma peça de teatro, uma palestra, ver uma exposição artística sobre o país, ajudando nossos filhos nascidos no Brasil a tomarem contacto com as raízes de seus pais.

 

Atualmente, o cônsul tem recrutado muitos desses angolanos da periferia, a integrarem as campanhas que têm levado vários serviços consulares junto das comunidades, como registo consular, registo civil, casamentos, tratamento de passaportes e assistência jurídica, porquanto eles também são tão angolanos quanto os demais. Tem promovido, igualmente, formações de capacitação profissional, que melhoraram radicalmente a qualidade do atendimento ao público na instituição, o que nos alegre e nos faz resgatar o orgulho de sermos angolanos.

 

A covardia que tem sido os sucessivos ataques à figura do Cônsul Geral de Angola no Rio de Janeiro, e o distanciamento da realidade que essas calúnias apresentam, fez com que nós, cidadãos angolanos residentes nessas bandas há vários anos, apesar de humilde e honestamente não representarmos a visão de todos os compatriotas, tomássemos a iniciativa de escrever este texto e desafiar o antro de difamadores que vem publicando tais matérias, a fazer um inquérito junto à comunidade angolana no Rio de Janeiro, no sentido de medir a apreciação do trabalho desse cônsul, Rosário de Ceita, nessa cidade. Ademais: deixem de envolver a Primeira-dama da Repúblicas nessas falácias. Se vos falta do que fazer, fantasiem-se de palhaços, e animem vossos filhos com algumas tretas; por certo, ser-vos-á uma terapia boa na superação da síndrome de inveja que infesta vossos corações.