Benguela - Por mais apaixonante que seja, a trajectória deste jovem promotor de espectáculos musicais revela-se imprópria para consumo num momento como este. Enquanto se reza a missa do 7º dia pelas mortes ocorridas no São Filipe, embora alguns ‘chico-espertos’ gozem com a inteligência dos outros com a lenga-lenga de imediações, Nino faz demonstrações de desrespeito, ignorância e falta de sentimento.

Fonte: Pérola das Acácias

A entrevista de Nino Republicano à Rádio Benguela, hoje, 22, uma semana após a tragédia do estádio do Nacional de Benguela, tem tanto de imoralidade quanto de hipocrisia. Faltou, talvez pelo divórcio com conselheiros/assessores, pudor ao jovem da Camunda, um bairro que bem pode ter familiares das vítimas da ‘’tragédia republicana’’ que se quer escamotear.

 

Preferimos não acreditar, em sentido contrário a certas correntes de opiniões, que a Rádio Benguela, geralmente atenta aos vários fenómenos sociais, esteja a proporcionar ‘guarida’ a um promotor debaixo de fogo cruzado.

 

Em situação normal, não merecia qualquer objecção o facto de Nino ter exibido a sua ‘’humildade’’ como factor de sucesso, até em obediência ao pluralismo na informação.

 

O problema, meus senhores, é que as ondas de choque provocadas pelas oito mortes continuam visíveis. Tão visíveis, dizemos, como a tentativa de polir a imagem de um Republicano que se marimba perante a dor e consternação não apenas dos familiares. A dor é extensiva a toda a sociedade, a mesma que, agora, é brindada com os impropérios de Nino, de quem se esperava, no mínimo, um travão de mão no sentido de adiar a verborreia deste domingo.

 

A trajectória do funcionário de Bento Kangamba acaba, portanto, diluída na sua própria fanfarronice. Se conseguiu arrastar para o Nacional de Benguela qualquer coisa como 15/20 mil pessoas, o quíntuplo da capacidade instalada, Republicano não terá agradado, acreditamos, a meia dúzia de pessoas.