Lisboa  – A Aministia Internacional vai, brevemente, pressionar, a partir dos seus escritórios em Lisboa, Portugal, o Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos de Angola, incluindo a Provedoria de Justiça, para dar solução ao já demorado caso envolvendo dois professores do ISCED-Huambo, por estes estarem a ser ameaçados de morte, além de terem os telefones ilegalmente grampeados (sob escuta).

Fonte: Club-k.net

A Aministia Internacional, que recebeu a queixa do caso através de uma associação cívica de defesa dos universitários, com sede na cidade do Huambo, mas que desenvolve suas acções de advocacia em todo o território nacional, entende que a situação dos professores do ISCED, já de per si vulnerável, configura uma verdadeira ameaça ao estado democrático e de direito, que Angola afirma ser, sendo esta a razão de recorrer ao Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos e não propriamente ao Ministério do Ensino Superior.


Leonardo Ukuahamba Cinco Reis, representante da aludida associação cívica dos universitários, que recorreu a este órgão internacional de defesa e promoção dos direitos humanos, contou-nos que o caso ISCED-Huambo remonta desde finais de Dezembro de 2015 e começo de Janeiro do ano em curso, quando os dois professores tiveram a coragem de recusar pedidos “superiores” para fazer aprovar supostas parentes dos “superiores”.


Desde então, os mesmos vivem um drama difícil e, pelo andar das coisas, em vias de perderem seus empregos, já que, conforme explicou Leonardo Ukuahamba Cinco Reis, foram, por despacho do Director Geral do ISCED, transferidos, sem culpa alguma, para os serviços administrativos da instituição.


Segundo ainda este responsável da associação cívica, que congrega no seu seio docentes e discentes universitários, a sede de vingança do Director Geral do ISCED, Mário da Costa José Rodrigues, é tanta que os professores estão há dois meses sem receber os referidos ordenados e obrigados a não comentarem o assunto a terceiros, incluindo advogados seus, para não verem agravada a situação que, calcula-se, há muito que deixou de ser um problema do Instituto Superior de Ciências de Educação, já que até ao momento os visados nunca foram ouvidos e nem sequer lhes foi dadas explicações sobre a transferência do quadro docente para o pessoal administrativo.


Tentamos, sem sucesso, ouvir as partes (Director Geral e professores), mas nenhuma delas mostrou-se disponível em tecer considerações sobre o assunto, embora, em off, uma das partes tenha admitido a existência deste conflito.