Luanda - O Movimento para a Libertação Popular de Angola (MPLA), partido no poder, condenou hoje o surgimento de seitas religiosas e de algumas igrejas, "cujas atividades exploram a ignorância de muitas pessoas".

Fonte: Lusa

A posição foi transmitida pelo vice-presidente do MPLA, João Lourenço, num encontro que manteve hoje em Luanda com 45 das mais de 80 instituições religiosas reconhecidas em Angola, que juntou um total de 2.500 participantes.


João Lourenço referiu que o MPLA desencoraja também essas seitas e algumas igrejas que, aproveitando-se da inocência e fragilidade da população, desvirtuam os esforços na construção de uma sociedade desenvolvida.


"Ao incentivarem determinadas práticas ou rituais obscurantistas, que atentam contra os mais elementares direitos dos cidadãos, agem mesmo por vezes contra a Constituição e a lei", referiu.


Os bispos católicos manifestaram no comunicado final da II assembleia ordinária da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), que encerrou quarta-feira em Luanda, a sua preocupação sobre o "aumento perigoso de seitas, em virtude da multiplicação de plataformas, onde se estão a acomodar legalmente até grupos satânicos, perigosos ao convívio social, à construção e manutenção da paz e a dignidade cultural".


Os prelados católicos expressaram ainda "perplexidade e estranheza quanto à facilidade com que algumas religiões não reconhecidas, incluindo não cristãs, estão a propagar-se pelo território nacional".


O vice-presidente do MPLA exortou a igreja a desmascarar e a combater aqueles que a coberto da religião sujam o bom nome da igreja, "organizando redes criminosas de tráficos de diamantes, de introdução ilegal de imigrantes, de tráfico de seres humanos, de evasão de divisas para o exterior do país, dentre outros crimes contra a segurança e a economia nacional".


O dirigente do MPLA frisou que na fase atual do desenvolvimento de Angola, uma maior inserção do partido pela sociedade deve passar pelo aprofundamento dos níveis de inclusão das instituições políticas, económicas e sociais do país.


João Lourenço pediu igualmente o apoio da igreja na sensibilização e mobilização de fiéis para que acedam ao registo eleitoral em curso no país, para a realização de eleições gerais em Angola, em 2017.