Benguela - Finalmente, os organizadores do espetáculo da morte em Benguela contaram a sua versão dos factos, dizendo que tudo ocorreu no final e fora do estádio. E que ainda assim (entenda-se por "pena") deixaram a sua solidariedade as famílias enlutadas sobretudo apoio material.

Fonte: Club-k.net

No entanto, escolheram o pior momento para essas afirmações tão “bombásticas e irrefletidas”. Porquanto, encontram-se em Benguela altas patentes da Policia Nacional a fim de apurarem in loco todo sucedido.


Por isso, deixemos a comissão de inquérito trabalhar e que o resultado seja coerente e que não haja mais reprovação do Comandante em Chefe, tal como aconteceu na Kapupa-Cubal.


O que na verdade mais corrói-nos, é a gritante falta de sensibilidade, piedade e dó do valor das vidas perdidas e das famílias em luto por parte dos promotores do evento, até parecem imortais. Pensam que urnas, kwanzas e alguns quilogramas de bens tudo fica resolvido. Que pena!


Por outro lado, falta também um grande movimento social, patriótico, apartidário e apolítico sobre a tragédia conforme aconteceu no 11 de Março de 2015, aquando da calamidade que resultou em mais de 70 mortos na província de Benguela.


Aquela desgraça que nos assolou em 2015, mostrou que os benguelenses amam o próximo e a vida. É estranho que agora que estamos numa situação semelhante de perdas de vidas humanas, misturadas com reacções públicas “irresponsáveis e infantis” dos organizadores do show da morte.


Não haja pelo menos uma onda de filantropia, uma marcha ou manifestação de solidariedade sem fins inconfessos, sem aproveitamento de qualquer índole nem tão pouco a mando de “orientações superiores. Mas para conforto das vítimas e as suas famílias”. Apenas seria uma demonstração nacional que aqui se respeita a vida. Aliás é um direito fundamental.

Onde estão os promotores de Benguela que sempre motivaram o povo para causas nobres? Têm medo do partido ou do pão?

Um acto de repúdio e de compaixão não mudaria a nossa história colectiva. Não podemos confundir que tudo é "política", que assim é estar contra o partido. Até onde sabemos, nenhum partido político em Angola é contra a vida e a dignidade da pessoa humana. Ainda que sejam estatutário.


Nós devíamos defender a vida publicamente com todos os riscos e desafios. Sem no entanto desfalecer a paz. Portanto, é hora de evitarmos discussões nos esconderijos, sejamos “Je suis Nacional de Benguela”; Je suis 17 de Outubro.