Luanda - Há muito que José Eduardo dos Santos anda fora do jogo político eticamente aceitável, principalmente depois dos acordos do Lwena, isto por insistir em permanecer num posto de trabalho público que pensa existir só para ele, ao ponto de gerir o país como se fosse uma quinta dele em São Tomé e Príncipe.

Fonte: Facebook

Mas desta vez houve mesmo quem lhe desse cartão vermelho de facto, como se estivesse num campo de futebol, e tivesse infringido as regras do jogo e ignorado as anteriores advertências. Aliás, não foi só um cartão vermelho, mas 32 cartões vermelhos exibidos em vários momentos por diferentes porcarias que disse ao longo de um discurso nebuloso, vazio, eivado de mentiras e reflexo de ódio pelos povos de Angola.


E é exactamente por os cartões vermelho terem sido bem exibidos que publico essa nota para elogiar o acto da bancada parlamentar da UNITA que, não levando a cabo uma subscrição de alguns cidadãos, como eu, que pediam que não comparecessem naquele braço da ditadura que chamam de Assembleia Nacional, achou que podia estar e protestar de outra forma – e é notável a iniciativa.


No entanto, só lamentamos por não termos visto o protesto a ser executado. E sabemos as razões, por isso não perco tempo em apontar aqui. Faltou a CASA-CE, o PRS e a FNLA tomarem alguma posição naquela que foi a primeira sessão desta legislatura do parlamento da ditadura que, parece, brevemente José e porquinhos vão fingir renovar na simulação eleitoral. Pelo menos ficou a chamada de atenção aos outros partidos. Aquela instituição não é democrática, logo, devem adoptar técnicas mundialmente conhecidas para dotá-la de democracia. Exemplos? Prestem atenção ao que acontece no parlamento sul-africano, no português, até no moçambicano. E, retrospectivamente, recomendo a leitura da vida e obra de Mohamed Mossadegh, ex-primeiro-ministro do Irão que enfrentou uma ditadura apoiada por duas super-potências ao mesmo tempo. Há tantos outros exemplos.


Já agora, é necessário que acções de protestos pacíficos mais enérgicas contra a ditadura na Assembleia da Ditadura sejam permanentes. O desafio político deve ser feito em várias frentes, e como têm acesso àquele local, enquanto o ditador ainda permite lá estarem para embelezar a ditadura, é um ponto fulcral para lutar contra o autoritarismo com laivos de totalitarismo chefiado pelo José.


Para finalizar esta nota, destaco a necessidade da sociedade civil, organizada e não, ser mais activa, e, exactamente por serem grupos de pressão, pressionarem os partidos políticos da oposição (porque o da posição é caso perdido) no sentido de adoptarem posturas de cidadania antes de partidárias.

Os povos de Angola agradecem!