Benguela - Para uma província a precisar de ordem na orla costeira, tendo no horizonte receitas que o turismo pode gerar, o restaurante ‘’Morena Beach’’, a nascer na praia do Pequeno Brasil, Benguela, peca (apenas) por estar a violar – conforme especialistas - um plano de ordenamento que estabelece balizas para a gestão do potencial da costa.

Fonte: Club-k.net/Perolas das acacias 

Quando se critica, como vimos nos vários pronunciamentos do arquitecto Felisberto Amado, um académico que dispensa apresentação sempre que se falar de ordenamento territorial, não se olha para o proprietário, que representa, sem dúvidas, uma gota no oceano se analisada a necessidade de medidas em prol do bem comum. Fosse qual fosse o ‘‘dono da bola’’, Anselmo Mateus, o Manel ou um António Filipe, as apreciações, julgamos, seriam sempre na perspectiva de protecção do plano de ordenamento da orla costeira, o POOC.

 

Colocados os dados nestes termos, é justo que se diga que o restaurante, um financiamento da ARCA VELHA, tem tanto de polémico quanto de promissor. E aqui, na vertente promissora, a obra, que deve estar concluída daqui a um mês, altura para inaugurações, deve ser vista como uma medida ajustada às pretensões de Isaac dos Anjos, governador de Benguela, reveladas, ontem, 31 de Outubro, numa entrevista à Rádio Benguela. Dos Anjos vaticina conflitos de interesses na limpeza de balneário, mas avisa que os problemas devem servir de mola impulsionadora, até porque a maldição do petróleo exigirá acções concretas em nome do turismo.

 

Na hora do levantar do véu, a algumas semanas do momento esperado pelo empresário, uma fonte bem posicionada prometeu ‘’surpresas agradáveis’’, talvez bem mais significantes do que os trinta postos de trabalho e outras valências sociais.

 

Será, segundo acrescenta, mais do que um restaurante que vai ajudar a engordar os cofres do Estado, podendo, inclusive, lançar bases para o surgimento de uma região turística à altura do potencial da província. Longe de pretender viajar para outras realidades, com especificidades próprias, abriu parêntesis para lembrar que ‘’em outros países também se fazem coisas bonitas como esta’’, revelando que o factor protecção, em resposta a calemas e outros fenómenos naturais, está a ser acautelado.