Luanda  - 22 de Novembro é comemorado o Dia Nacional do Professor. Em torno desse dia são realizadas várias actividades para exaltar e reconhecer o papel do professor angolano na formação de quadros e persuadi-los a continuar a exercer a profissão com responsabilidade, zelo e dedicação.
 
Fonte: Club-k.net
 
É evidente que a profissão docente em Angola ainda não é bem valorizada, basta ver quanto é que um profissional com categoria de professor do Ensino Primário e do I° Ciclo aufere mensalmente e, a expressão que alguns “profissionais” usam “garimpo”, que significa “biscato”. Assim, penso que para além de alguns discursos falaciosos que os detentores do poder político tecem em torno do desenvolvimento da profissão docente, é necessário que em conjunto com os executores do processo de ensino reflitam de modo geral sobre o tipo de professor que temos e queremos, e como potenciar as suas capacidades epistemológicas, pedagógicas, éticas e a sua qualidade de vida.
 
 
A profissão docente como sabemos é das mais nobres que existe, exercé-lo exige, sobretudo vocação, paixão e sentido de humanidade, tal como afirma VEIGA (2007) "Ser professor é exercer uma profissão ou vocação de ajuda ao serviço do desenvolvimento total dos alunos". Dessa feita, a sua missão não é apenas transmitir conhecimentos para que os alunos assimilem, mas auxiliar e orientá-los, através de alguns pontos de referência essenciais a adquirir eles mesmos os conhecimentos, a desenvolver as suas capacidades, a formar os seus juízos, a assimilar valores, e a adquirir atitudes válidas.
 
 
A qualidade do professor influencia na qualidade de ensino. Com essa premissa exige-se seriedade e responsabilidade por parte dos gestores escolares e da educação na selecção e contratação de professores.
 
 
Na verdade, nos nossos dias, a docência tem sido para muitos uma fuga ao desemprego na área em que se formaram e alguns, mesmo empregados em suas respectivas áreas de formação, fazem-no por diversão e/ou ocupação, o que tem até certo ponto desprestigiado o nosso ensino e a profissão.
 
 
Precisamos de professores comprometidos com a profissão, para tal, é necessário primeiro que a entidade empregadora dê condições necessárias para que este se sinta bem. Hoje a maioria de professores angolanos em todos os níveis de ensino encontra-se insatisfeita e desmotivada. A falta de condições de trabalho e regalias; salários baixos; falta de promoções oportunas e regulares, e quando há beneficia muitas vezes os que não reúnem requisitos académicos adequados; alguns professores recém-contratados auferem salários maiores do que os antigos e que reúnem os mesmos requisitos, o que cria desmotivação e algumas vezes abandono do ministério.