Luanda - Welliton Pederneira, filho do director adjunto dos Serviços de Investigação Criminal de Luanda, superintendente Jorge Pederneira, disparou a queima-roupa ( madrugada de dimingo, 20 de Novembro do corrente) contra um jovem cidadão – que falecera no local – que respondia pelo nome de Ricardo Asha, de 26 anos de idade, sem quaisquer motivo. A vítima foi covardemente atingido pelas costas e suponhasse que a arma do crime seja do seu pai.

             Suspeitasse que a arma do crime seja do seu pai

Fonte: Club-K/ Opaís

Era para ser um convívio normal no largo próximo à casa de Ricardo. Eram 1:00h da manhã de Domingo, quando o grupo de amigos convivia, entre os quais Welliton Pederneira, 23 anos, o autor do disparo. A cerveja, no local em que se encontravam, tinha acabado e o grupo decidiu adquirí-la num outro sítio.

 

Segundo Vunda da Silva, de 39 anos, tio da vítima, a meio do caminho, Welliton entendeu que tinha de tirar a pistola que carregava na cintura e ameaçar os amigos porque, em seu entender, andavam muito lentamente. “Disse: vocês estão a andar muito devagar, vou vos fazer correr. Daí fez o disparo que vitimou mortalmente o meu sobrinho”, conta.

 

Ricardo Asha teve morte imediata. Pouco antes de o autor do crime ter perpetrado a acção, Ricardo mostrou a pretensão de abandonar o grupo e dirigir-se a sua casa, porque não concordava com o comportamento do amigo, que sempre que houvesse convívio levava a pistola para fazer brincadeiras. “Não houve discussão nenhuma”, enfatizou Igor de Carvalho, militar, primo da vítima. Tendo acrescentado que muitas vezes Welliton tinha a mania de andar armado e brincar proferindo ameaças aos amigos com a pistola, mas nunca chegou a ferir ninguém.

 

“Não sei se foi por força do álcool ou o quê, mas ele fez o disparo intencionalmente. Entre os dois não existia problema algum que levasse a tal situação”, unanimemente disseram o tio e o primo de Ricardo.

 

Welliton é amigo de Ricardo há muito tempo, inclusive frequentava a casa do mesmo com naturalidade. Testemunhas contam que “sempre que Welliton bebia tirava a arma. Ele, mesmo antes de terminar a recruta, já andava com uma arma do seu pai, que é oficial da Policia Nacional, e várias vezes manipulou-a em frente aos amigos”, conta Igor, que também é amigo do acusado.

 

Os nossos interlocutores apontam que a arma que o autor do disparo transportava não era de Welliton, porque este ainda “é recruta”, pelo que não tem direito a possuir uma.

Welliton está detido

Os nossos interlocutores também avançaram que tomaram conhecimento de que Welliton já está detido. Entretanto, o director do Gabinete de Comunicação e Imagem do MININT Luanda, Mateus Rodrigues, em entrevista à Rádio Luanda, confirmou a sua detenção e, por conseguinte, avançou que, independentemente de ser filho de um quadro sénior dos Serviços de Investigação Criminal, vai responder pelos seus actos, uma vez que é um cidadão maior de idade.

 

Foi aberto um processo-crime contra o jovem e estão a ser envidados esforços para se verificar o que realmente aconteceu no local e que, presumivelmente, o cidadão não tem autorização para porte e uso de arma de fogo. “É preciso esclarecer que o presumível autor é filho do director adjunto dos Serviços de Investigação Criminal, é maior e cometeu o crime de modo próprio. Ele não será ilibado da sua responsabilidade, daí que foi conduzido ao Ministério Público. É preciso separar isso”, enfatizou.