Luanda  - Desentendimento entre a EPAL e a SONIP e ou falta de sentido de Estado e responsabilidade destas instituições está a provocar enormes embaraços aos moradores da centralidade Vida Pacífica, no Zango.

 
Fonte: Club-k.net
 
Aqueles moradores estão sem água há cerca de três semanas como consequência de uma avaria no sistema de abastecimento nos edifícios. Uma situação que bem poderia ser considerada normal não fosse o facto de os moradores estarem entregues a respectiva sorte para a reparação da referida avaria.
 
 
Porquê? Porque a EPAL que supostamente deveria tratar da referida avaria “fugir” da responsabilidade com o argumento de que tem a responsabilidade de levar a água apenas até ao cliente e estes responsabilizarem pelas ligações internas.
 
 
Um argumento, entretanto, sem peso se tiver em conta que a EPAL tem contrato individual com os moradores, ou seja por cada apartamento onde o líquido precioso deixou de chegar por força da referida avaria. Ou seja, o argumento teria sustentação se invés do contrato individual com os moradores a EPAL fizesse uma cobrança colectiva pela ligação que faz até ao sistema, ora avariado.
 
 
Sobre o assunto, por exemplo, o porta-voz da EPAL, Domingos Paciência disse à Rádio Luanda que a responsabilidade de reparar a referida avaria é da entidade local. Uma resposta que motiva a seguinte interrogação. Que entidade local se estará a referir a EPAL na pessoa do seu porta-voz? Os moradores? Estes que mensalmente têm a obrigação de honrar com o pagamento que a EPAL se acha no Direito de cobrar?
 
Ou quererá, a EPAL, referir-se à SONIP, enquanto proprietária da centralidade? Facto é que a SONIP já terá informado aos moradores que a EPAL se recusou a receber os equipamentos para a sua gestão com a alegação de serem chineses e, como tal, de difícil manutenção. A ser verdade terá sido a EPAL a embaraçar o processo que tem sido a prática que é o de assumir a gestão dos equipamentos de abastecimento de água depois da conclusão dos projectos habitacionais.
 
 
Os moradores interrogam-se sobre as razões que levam a EPAL a adoptar uma postura diferente face a que teve na centralidade do Kilamba onde passou a se responsabilizar pela gestão dos equipamentos de abastecimento da água.
 
 
Enquanto, isso e porque são os principais prejudicados, os moradores têm estado a desdobrar-se no sentido de solucionarem o problema, mas prometem canalizar os custos à EPAL.
 
O mal arrastado pela falta de água Como um mal nunca vem só, os moradores estão impedidos de usar os elevadores por iniciativa dos diferentes coordenadores que optaram por deligares os equipamentos para evitar a danificação dos mesmos pelo excesso de cargas com o transporte da água e ou inundação. Assim, os moradores têm sido forçados a subir os diversos andares (são 14) transportando água e outros pesos. “Está demais, precisamos
 
 
Apenas dois dos muitos males encobertos pela beleza dos prédios
 
 
No entanto, aqueles moradores enfrentam outros problemas. Um destes tem que ver com a exigência da SONIP de manter o valor das rendas indexadas ao dólar num sinal claro de desrespeito à “obrigatoriedade de fixação das rendas em Kwanzas em todos os contractos imposta pela Lei de Arrendamento Urbano. Os moradores interpuseram recurso à SONIP que, entretanto, responde com silêncio e telefonemas aos moradores fazendo cobranças das respectivas rendas. Por seu turno, os moradores defendem que apenas irão pagar quando ficar claro e ou a SONIP admitir o pagamento sem a indexação ao dólar.
 
 
A estes problemas se podem juntar outra dezena como é as fissuras e infiltração nos apartamentos, assim como a falta de serviços sociais. 
 
 
A escola e creches construídas continuam encerradas sem quaisquer explicações. No caso da escola, sabe-se que veio a descobrir-se da tratar-se de um investimento privado (de alguém com certeza muito influente, só pode para construir dentro do projecto daquela dimensão) que há cerca de três anos tem estado a negociar a venda ao governo.