Luanda - A UNITA manifestou-se recentemente preocupada com a falta de dinheiro no Ministério da Administração do Território para continuar o registo eleitoral.

Fonte: Lusa

A situação foi abordada em conferência de imprensa dirigida pelo líder da UNITA, Isaías Samakuva, para o balanço de seis fins de semana de diálogo com os munícipes de Luanda.


Segundo Isaías Samakuva, essa informação consta do último relatório do Ministério da Administração do Território sobre o processo de registo eleitoral, para as eleições gerais de 2017, entregue à Comissão Eleitoral Nacional (CNE).


“Ficamos a saber, afinal, que o MAT não tem dinheiro. Afirma-se no seu relatório que até à semana passada, o MAT não havia recebido ainda as quotas financeiras dos meses de Setembro e Outubro. Ou seja, ainda não atingimos os 50 por cento dos objectivos estimados e já não há dinheiro para o registo eleitoral”, disse Isaías Samakuva.


De acordo ainda com o líder da UNITA, na mesma condição encontra-se a CNE, a supervisora do processo, que está sem dinheiro para que os seus agentes consigam sair das sedes municipais para as comunas e aldeias e os que estão em Luanda não conseguem sair para o interior do país.


A preocupação daquela força política vai também para o facto de ter sido escolhida a época das chuvas para a realização do registo eleitoral de cerca de 10 milhões de cidadãos, tendo deixado para o fim as áreas mais problemáticas em saneamento básico e locomoção das pessoas.


“E isto inclui mais de metade da população eleitoral, dos quais cerca de um terço reside nos municípios de Luanda”, referiu.


O político realçou ainda que na ronda efectuada constatou que os níveis de confiança dos cidadãos no processo eleitoral continuam baixos, pela realização do processo pelo MAT ao invés da CNE.


“Afirmam mesmo que tal facto indicia motivações fraudulentas. Outros acreditam que a organização e controlo do registo presencial por dirigentes do MPLA compromete à partida a lisura e a transparência de todo o processo eleitoral e por isso acham que não vale a pena participar”, indicou.


“A grande maioria acredita que o seu voto pode trazer a mudança que o país exige, mas não numa eleição organizada e controlada pelo governo, pois os governantes são parte de uma força política concorrente das eleições”, disse.


Isaías Samakuva apelou às entidades competentes a incrementar as ações de sensibilização dos munícipes para maior adesão ao processo de registo presencial, face ao nível ainda baixo de participação.


“Devem também estabelecer e divulgar amplamente a localização dos postos fixos de registo no interior dos chamados bairros periféricos, lá onde vivem as grandes maiorias, pois a mobilidade excessiva das brigadas foi apontada por muitos munícipes como um grande constrangimento”, frisou.