Luanda - 11 Trabalhadores que estão há mais de 30 anos na TAAG, estão na iminência de perder os seus postos de trabalho, por causa de uma “formação simulada” para deixar mais angolanos no desemprego.

 

Trabalhadores da TAAG agastados com a nova gestão

Fonte: Jornal Manchete

Este é mais um dos vários casos que vêem destapar o verdadeiro rosto da nova gestão da TAAG. Desta vez, onze trabalhadores, seniores, da companhia área de bandeira nacional, apontam o dedo acusador a Piter Hill, Guilbert, José Agostinho, Hélio Silvestre de estarem a causar males maior aos trabalhadores da empresa acima citada. Desta forma, os curso de ‘refrescamento’ dos funcionários passaram a ser motivos de despedimentos. Os “aproveitamentos” que eram obrigatórios, pelo menos a 60 por cento, num piscar de olho passaram a 80 e, às vezes, cem por cento.

Assim sendo, 11 empregados da TAAG foram submetidos a testes de rotina. Até aí tudo normal, porém, os profissionais que obtiveram um aproveitamento de 60 por cento, foram afastados dos seus cargos. “Fomos chamados para uma formação, como aliás é feito em dois em dois anos, sempre que se anuncia auditoria na empresa.

Nesta formação de dois módulos, check-in e acolhimento, algumas pessoas tiveram um aproveitamento de sessenta por cento e, foram submetidos a uma outra prova que eles apelidaram de repescagem. Depois da prova convocaram-nos para uma reunião dizendo que tiramos uma nota baixa e não atingimos a nota mínima de 80 por cento. Sem aviso prévio, como se de estranhos se tratasse, o senhor Agostinho mandou-nos retirar os passes e os uniformes, de forma compulsiva, para que 4 dias depois, nos fizéssemos presentes nos recursos humanos da empresa”, explicaram, acrescentando que, em menos de um mês passaram de trabalhadores efectivos para sedentários.

Agora, o nosso trabalho é ir às terças e quintas-feiras assinar o livro de ponto. “Como que um trabalhador que está há mais de 30 anos de repente é um incapaz? O senhor yves Guilbert, francês, chegou há pouco tempo na empresa e já acha que somos incompetentes?”, questionaram.

Os trabalhadores acusam os cidadãos expatriados de estar a tomar o controlo da empresa, relegando os nacionais a trabalhos de menos importância. Os portugueses e franceses, agora, são os donos da TAAG, eles é que decidem quem fica quem sai, e quando sai um angolano com cargo superior, é sempre substituído por um estrangeiro”, denunciaram.

“O José Agostinho, director da DOT (Direcção de Operações Terra) que devia se impor como director, por medo de perder o pão, não faz nada, diz apenas que os trabalhadores vão ser enquadrados em novas áreas, mas, vamos ser submetidos a novas provas. Quem é submetido a novas provas é quem pede ou quem quer promoção e submete-se a testes. Nós não solicitamos, para trocarem-nos de local de trabalho deve ser de forma amigável e sem causar danos, quando você retira subsídios e outros bens já não é normal”.

PCA da TAAG acusado de odiar pretos

Em entrevista à imprensa, em Outubro, o Presidente do Conselho de Administração da TAAG garantiu que não haveria despedimentos de trabalhadores da Companhia, no âmbito do processo de reestruturação. De acordo com o Presidente do Concelho de Administração da companhia de bandeira, Peter Hill, esclareceu que estava em curso um processo de levantamento de dados dos trabalhadores em idade de reforma, para melhor gestão do quadro de pessoal. No entanto, vozes internas acusam o britânico de ter sentimentos racistas.

“Neste momento a direcção da TAAG está toda povoada de estrangeiros, que ganham em divisas, daí a acusação de que Peter Hill não gostar de pretos. Este sentimento é crescente, aliado à não promoção de muitos pilotos angolanos bem como o abandono de outros. O ministro dos Transportes, Augusto da Silva Tomás, é acusado de cumplicidade pois sabe das falcatruas e dos prejuízos reais, admitindo-se que a estratégia visa sacar e desviar avultadas verbas levando a que, perante a catástrofe, a companhia seja pri

vatizada a preço de saldo”. “Como é que Peter Hill pode dizer que reduziu as despesas da TAAG se o seu carro custou 250 mil dólares e dos seus pares, todos estrangeiros, 150 mil dólares sem que ninguém saiba onde foram comprar viaturas tão caras? As direcções da companhia são todas chefiadas por estrangeiros, ingleses ou portugueses, que estavam desempregados nos seus países.

Mesmo assim, a TAAG foi buscá-los, quase parecendo uma agência de empregos. Actualmente, os angolanos existentes só lá estão para colorir, para dar uma ténue imagem local, já que são figuras decorativas, sem qualquer tipo de poder real. Esse poder está nas mãos de um qualquer assessor estrangeiro que despacha com Peter Hill. Não espanta pois que, numa recente entrevista, Peter Hill tenha dito que as empresas angolanas deveriam ser geridas por estrangeiros, uma autêntica ofensa aos dirigentes. Peter Hill tem mandado muitos angolanos para a reforma devido, alega, à idade. No entanto, esse não é um factor impeditivo à contratação de estrangeiros com mais de 65 anos”.

O Governo angolano e a Emirates Airlines assinaram em 2015 um contrato de gestão, prevendo a introdução de uma "gestão profissional de nível internacional" na TAAG, a melhoraria "substancial da qualidade do serviço prestado" e o saneamento financeiro da companhia angolana, que em 2014 registou prejuízos de 99 milhões de dólares (cerca de 87 milhões de euros).

Peter Hill foi indicado pela Emirates para administrar a companhia de bandeira angolana, tendo tomado posse no final do ano. No âmbito do Contrato de Gestão da transportadora pública angolana celebrado com a Emirates para o período entre 2015 e 2019, prevê-se dentro de cinco anos resultados operacionais positivos de 100 milhões de dólares.

Além de Peter Murray Hill, a Emirates indicou os administrados executivos Vipula Gunatilleca (área financeira e administrativa), Patrick Rotsaert (área comercial) e Donald Hunter (área das operações) da TAAG.