Luanda - Por muitas poucas vezes senti-me “convidado” moralmente a fazer parte da última caminhada de vários entes queridos até a última morada. Sou um coimetrofobo (fobia a cemitérios) por isso dificilmente vou a este lugar santo. É dor lá dentro ver todas aquelas “camas” em que dormem eternamente vários ex-profissionais. Ouvi uma frase de um escritor missionário Rogério Vitoriano, autor do livro “Descobrindo o propósito da vida além do seu emprego”, que dizia assim: “Lá, nos cemitérios, estão cantores que nunca foram cantores, médicos que nunca foram médicos e presidentes que nunca foram presidentes; nunca desista de fazer as coisas na tua vida por medo de fracassar ou por medo da morte”. Foi algo similar o que ele disse.

Fonte: Club-k.net


Recordo há muito, eu ter questionado há um amigo sobre os elogios fúnebres. Porque os actos macabros, de um ditador por exemplo, não são mencionados? Será por serem considerados “elogios”? Será que a morte angelica todo e qualquer ser humano pela sua certeza de uma ida sem volta? Meio mundo chora a morte do “El Comandante” Fidel Castro o ex-presidente de Cuba que com punhos de ferro defendeu o seu país contra “invejosos” de outros países, lutando pelo bem- estar de um povo por um lado mas, criando uma “cadeia” no seu próprio país para os habitantes que viviam num sistema “habeas corpus” não judicial. Estando livres, muitos cubanos sentiam-se numa cadeia.

 

Não obstante isto, Cuba é dos países que exporta sabedoria; dá professores e médicos ao mundo, principalmente aos países do terceiro mundo com o qual têm boas relações, como é o nosso caso. O nosso sistema de saúde já esteve muito melhor e graças aos médicos cubanos e muitos angolanos também que estudaram em Cuba, os famosos “Caimaneros”.

 

Outrossim e que me deixou pasmado foi a “Party” (festa) que se fez nos E.U.A (Estados Unidos da América) mais propriamente em Miami com a morte de Fidel Castro. Cheguei a aventar a hipótese de terem ganho um campeonato qualquer. Eram passeatas com bandeiras, tampas de panela, apitos e trombones. Morreu! O que faz com que humanos glorifiquem a morte de um outro ser humano? Será falta de amor ao próximo? Ou será ódio acentuado adquirido pelos actos enquanto vivo? Está bem que está claro que por mais boas pessoas que sejamos jamais conseguiremos agradar a todos. Mas será isto que ele desejou um dia quando morresse? Aposto que não.

 

Talvez seja um alerta para a governação de alguns países que por força do sistema político que se vive tenha forçado muitos a emigrarem e a quererem ouvir falar de seus países de origem apenas no Mapa-mundo enquanto as coisas permanecerem contra as suas vontades.

 

Aos líderes teimosos de algumas nações, não acredito que a vossa família ficará feliz ao verem uma “Party” na hora da vossa partida para a eternidade. Deve doer para um filho ou uma filha ver seu pai a ser festejada a morte por causa dos maus feitos tidos enquanto vivo.


É tão bom viver a vida e deve ser melhor ainda saber que estamos a morrer mas com o coração sossegado com a satisfação de dever cumprido. Tudo pela maioria. Vamos repensar nossos actos enquanto vivos para que não sejamos motivos de festa na hora da morte. Os “vivos insatisfeitos” estão atentos. Edson Nuno a.k.a Edy Lobo