Luanda - É necessário que a nossa geração tome consciência de que os mais velhos de hoje foram a juventude de ontem, e, a juventude de hoje é o reflexo certeiro dos velhos que teremos amanhã. Esta é a Lei da vida, a dinâmica de todas as sociedades. Não há quem escape a esta imposição. As mudanças Sociais são inevitáveis.

Fonte: Club-k.net


Que a nossa geração tome consciência de que os mais velhos, ontem, foram também jovens como o somos hoje. E, que a mesma virtude de ser jovens hoje, traz consigo a condenação de sermos os velhos do amanhã. A não ser, que a raiz apodreça, o caule seque, e as folhas murchem todas ao mesmo e fora do tempo, é isso que chamamos de morte precoce ou “por antecipação”. Desta forma, todo o “Poder estabelecido” e a sociedade estão conscientes da importância vital da Juventude no processo de revitalização do tecido Social; Infelizmente, esta (que devia ser privilegiada e treinada para responder de forma profissional e responsável aos desafios do futuro, por ser a herdeira do património global do que se vem construindo (direitos e obrigações) na tentativa de edificar a almejada “Nação” e levar o país ao desenvolvimento progressivo) é distratada, desvirtuada e desviada do propósito - por favorecimentos partidários. E, a consequência deste desvio, não podia ser outra que a provocada “crise de valores e identidade” desta franja Social.

 

Hoje, boa parte da consciência juvenil angolana anda adormecida por opção! São longos os anos de tentativa de formatação; anda despida do verdadeiro sentido de “patriotismo” e agora preenchida com valores fabricados em laboratórios político-partidários, que sem nenhum senso ou conceito de “Nacionalismo” já não lutam em favor do povo que governam; cuja intenção do ETABLISHEMENT, os levou a prender o intelecto da própria juventude, encarcerando-a às motivações mais estranhas; algemando-a a um espírito egocêntrico, a uma vontade desmedida pela riqueza e a ascensão fácil;

 

Assim, assistimos a emancipação de uma nova cultura que vem roendo aos poucos os tradicionais valores nacionais; beliscando o patriotismo que nesta franja social anda de tangas; prostituindo a ética e a moral social; o desrespeito generalizado dos costumes locais, em detrimento do estrangeirismo gritante. E, isso não é sem causa: Os engenheiros político-sociais que operam em Angola estão de parabéns; resta-nos apenas 1% de memórias e 0,5% de sobriedade sobre “quem somos” e qual o nosso real papel na operação da grande “mudança sociopolítica e económica” deste país.


O enfraquecimento da consciência de quem tem a chave das mudanças é a estratégia eficaz de quem sobrepõe a vontade e o bem-estar de um “pequeno grupo” a maioria esmagadora dos angolanos. Olhemos ao redor: Quem são os nossos poucos jovens académicos? O que defendem de legitimo quando falam da coisa pública? Quais as suas reais motivações? Quantos pensam e falam da verdadeira Angola e dos angolanos? A partidarização da Administração Pública; a pobreza extrema; a corrupção institucionalizada; o favoritismo; Cabritismo; a improbidade Pública; a diversão; as promessas do enriquecimento fácil... enfim, o Caos criado pelo regime, são algumas das armas de compra de consciências, da moral e das inteligências, principalmente dos nossos jovens. A implantação do medo, das perseguições constantes, impede estes de colocarem seus ideais em acção, com medo da represália dos agentes secretos e da polícia partidarizada angolana. O que nos resta então?!

 

Resta aos menos instruídos, escolherem o álcool como amigo, a delinquência, a prostituição das ruas; já a nossa classe juvenil “intelectualizada” tornar-se inimiga por opção dos valores enaltecidos pela academia; corruptas de consciência; individualistas excessivos; a massa indefinida, os consumidores de todo o tipo de “lixo cultural”; passivos; bajuladores; lambebotistas; participando aos shows que esvaziam os nossos cofres; e outros; vemos a cultura dos “rabos” que compram casas no Kilamba, postos no Governo e na Administração Pública; os decotes que ganham salários mensalmente; a idiotice por opção que engordam as contas bancárias; a cor da pele como B.I e diploma. Dizem os intitulados donos de Angola “Se enfraquecermos pelas coisas, a consciência dos que podem pensar e projectar um novo rumo ao país, continuaremos acomodados por mais algum tempo” enquanto a consciência de quem continua a resistir pensa “Se as coisas continuarem a ter maior valor que os ideais, o bem-estar do corpo continuará sendo a chave das cadeias que prendem o bem mais precioso do ser humano – a consciência livre e o exercício das liberdades” – Esta é a Dialéctica actual que se vive.

 

Logo, vem o apelo a urgente revolução da consciência nacional da juventude deste país! Exige-se o esforço desta geração de jovens a contornar os caminhos tenebrosos com que se dirige este país; uma consciência política mais madura, suprapartidárias, patrióticas; até quando deixaremos que os políticos destruam o já adoentado mosaico angolano? As cores partidárias não podem falar mais alto que a bandeira Nacional; precisamos com urgência exigir a deposição da Verdade, a reposição dos princípios democráticos; exige- se a quem de direito que liberte a administração Pública do Partido; exige-se a participação directa do cidadão nas decisões mais importantes, através de referendos... Vamos reposicionar a aranha cujas teias estão em todos os lados estratégicos desta casa. Valter Sebastião. Luanda 26 Novembro 2016.