Luanda - Angola precisa caminhar para as Eleições Gerais de 2017 num clima de estabilidade e confiança, assente numa Lei Eleitoral de consenso, afirmou nesta quinta-feira, em Luanda, o presidente do Grupo Parlamentar da UNITA.

Fonte: Angop
Em declarações à imprensa, à margem da Conferência dos Presidentes dos Grupos Parlamentares, Adalberto Costa Júnior disse ser importante passar uma mensagem positiva e organizar o futuro sufrágio sem os mesmos erros dos anteriores.

Ao referir-se à questão da Lei Geral de Eleições, frisou que existem duas propostas e os Grupos Parlamentares estão a tentar encontrar consensos sobre matérias sensíveis e antagónicas.

Segundo o parlamentar, foi difícil fazer alguns consensos no agendamento dessas matérias nas plenárias, daí estarem obrigados a um trabalho de concertação, para poderem cumprir com o que foi agendado.

"Estamos num processo de registo, em que os números ainda estão aquém da realidade. A Assembleia Nacional tem um papel a fazer", expressou.

Informou que os presidentes dos grupos parlamentares estiveram recentemente na Comissão Nacional Eleitoral e a oposição tem feito o máximo de tentativas, dialogando e trabalhando, em comum, no sentido de contribuir para a melhoria dos conteúdos que estão sobre a mesa.

Na mesma senda, o presidente do Grupo Parlamentar da CASA-CE, André Mendes de Carvalho, disse ser importante buscar consensos, para aproximar posições, sobretudo em relação à questão da contagem de votos nos municípios.

Para a sua coligação, caso a contagem não se fizer a nível do município, todos os boletins de votos terão de "andar" muitos quilómetros até chegarem aos centros provinciais de escrutínio.

Esse facto, argumentou, pode dar possibilidade para fraudes.

"Se é verdade que os delegados estão nas assembleias de voto, na hora da transportação desse votos, que andam em carros da polícia, não acompanham", alertou.

André Mendes de Carvalho advertiu que esse facto pode permitir a substituição dos boletins de votos.

"Por isso, continuamos a insistir que a contagem, a nível do município, é fundamental", sublinhou.

Para a CASA-CE, outra questão que deve ser levada em conta são as verbas, tendo recomendado que o Estado acautele a questão, em 2017.

Já o presidente da representação da FNLA no Parlamento, Lucas Ngonda, augurou que as eleições de 2017 decorram da melhor forma e sejam "mais um tijolo fixado sobre a questão dos ganhos da paz".

"Esta é a aposta, mas para se produzir de facto é necessário que os instrumentos que nos vão levar às eleições sejam bem afinados. Daí entendermos que a discussão para encontrarmos os consensos desse Plano de Tarefas, é essencial e importante, porque cria equilíbrios", expressou.

Advertiu que os actores devem continuar a discutir, para buscar consensos necessários e realizar eleições que não criem problemas, como acontece em vários Estados de África.

A conferência dos presidentes dos grupos parlamentares foi orientada pelo presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos.