Luanda - O presidente da UNITA, o maior partido da oposição angolana, afirma que as próximas eleições gerais, previstas para 2017, vão decorrer num momento em que o país “atingiu o seu ponto de saturação”.

Fonte: Lusa

A posição foi transmitida por Isaías Samakuva, no sábado, ao discursar em Luanda para os membros da comissão política, de acordo com informação enviada hoje à Lusa pelo partido.


“Todos sabem que a única saída é a mudança do regime. Por isso, o resultado desta eleição só pode ser a vitória da soberania nacional, a vitória da vontade nacional de mudança. Porém, nem todos estão a compreender isso. O povo soberano deve estar consciente mais consciente de que o voto do cidadão é a expressão da soberania nacional”, disse Samakuva.


A comissão política da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) reuniu-se no sábado, um dia depois de o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), no poder desde 1975, ter aprovado, em reunião do comité central, o nome do general João Lourenço, atual ministro da Defesa, para liderar a lista do partido às eleições gerais de 2017.


Esta decisão representará a saída da vida política de José Eduardo dos Santos, como o próprio anunciou em março, ao fim de quase 40 anos de poder em Angola.


“As eleições gerais de 2017 ocorrem num momento em que o país atingiu o seu ponto de saturação”, afirmou, por seu turno, o presidente da UNITA.


“E se a Nação angolana for capaz de garantir eleições livres, democráticas e transparentes, a vontade soberana do povo prevalecerá, o que facilitará sobremaneira a mudança do regime de partido-Estado para o regime democrático”, acrescentou Samakuva.


Numa altura em que decorre o registo eleitoral, conduzido pelo Ministério da Administração do Território, o líder da UNITA apelou ao partido para estar atento a alegadas irregularidades neste processo.


“Temos de analisar porque é que de um lado nos falam da necessidade de processos transparentes e do outro lado as irregularidades continuam e aumentam. Porquê é que de um lado nos falam de melhorar o nível de vida das nossas populações, mas do outro lado a pobreza no seio das comunidades a pobreza aumenta”, criticou Samakuva.