Lisboa -  Um tribunal de apelação norte-americano, conhecido por “Tenth Circuit Court”  desqualificou  o processo judicial  (No. 07-9509.) que envolveu  o cidadão angolano  Nataniel   Ribas “Lutu”, que há cerca de 8 anos recorreu as autoridades daquele país para pedido de asilo politico. Nataniel  é filho (enteado)  do ministro dos petróleos de Angola, José M. B.  de Vasconcelos.  

 
Fonte: Club-k.net
 
Mentiu  que o seu pai estava a ser acusado de ser agente  da UNITA 
 
Antigo estudante da Universidade de Tulsa, no Estado de Oklahoma, Nataniel Ribas, entrou para os Estados Unidos em Janeiro  de 2002, com um visto de não imigrante destinado a estudantes. Porém, em Junho   deste mesmo ano, requereu um visto um pedido de asilo politico como forma de fixar-se nos Estados Unidos, sem o estatuto de estudante. 
 
 
Nataniel Ribas, segundo o documento  desclassificado (clicar aqui para abrir),   alegou  as autoridades americanas  que não podia regressar a Angola porque  o seu pai estava a ser acusado de ser agente secreto da UNITA e que por conta destas acusações, os seus familiares  haviam  sido presos, brutalizados e levados para um local desconhecido. Disse ainda no seu depoimento que o governo de Angola já tinha cancelado a sua bolsa de estudos e que caso ele  fosse devolvido para Angola iria ser submetido a tortura.  
 
 
As autoridades  americanas  rejeitaram-lhe o pedido por falta de consistência. Porém, ele seria  foi ouvido pela segunda vez, no dia  13 de Abril de 2003. Desta, o filho do ministro invocou que se regressasse a Angola seria perseguido por motivações religiosa.
 
 
Já na terceira tentativa, ocorrida  a 14 de Fevereiro de 2006,  Lutuima  Ribas apresentou uma moção de abertura do seu caso, com base na legitimidade de um recém casamento efectuado a 12 de janeiro de 2005, com uma cidadã norte americana Jamila King Ribas.  Para a sua legalização, em território americano, este cidadão angolano   apresentou  uma petição de imigrante alegando que tinha direito a um ajuste de estatuto evitando assim  a sua deportação para Angola.
 
 
Chamado a comentar sobre o assunto,  o estudante de sociologia e ativista cívico Pedro Malembe  disse que “as justificações do filho do ministro, embora com alguma deslealdade na parte em que faz recurso ao nome da UNITA,  é a prova clara  de que muitos membros da elite angolana partilham  da visão  de que estamos diante  de um regime  totalitário que faz recurso a brutalidade contra os seus opositores”.
 
 
 “Não foi  a SIC de Portugal, não foi  o Rafael Marques,   nem foram  os fantasmas de imperialismo que desta vez  foram apresentar  aos juízes americanos a versão de  que vigora em Angola, um  regime de repressão  que persegue os opositores. Desta vez foi mesmo o filho de um ministro do MPLA, e se o rapaz disse isso, para usar de justificação para o seu asilo politico, é porque ele próprio  vê a realidade do país, escuta as conversas dos seus familiares sobre a brutalidade do regime”, disse Pedro Malembe que carrega um sinal no olho direito (agora com problemas de visão) ,  fruto de uma sessão de espancamento protagonizada, em 2012, pelo então comandante municipal  da Policia Nacional do Sambizanga, Francisco Noticias por ter participado numa manifestação de protesto contra o  longo consulado do Presidente José Eduardo dos Santos. 
 
 
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