Luanda - O activista Makuta Nkondo - cujo discurso tem levado os mais despossuídos a alçá-lo para um lugar de destaque no «Top dos Políticos Mais Queridos» da nossa Sociedade (há uma franja da populaça que diz que tal se deve às suas chalaças!) - redigiu um texto de opinião, publicado no portal «Club-K», sob o título «Não se deve alegrar da doença ou morte de JES». Apesar da «troca e baldroca» gramatical de Makuta Kondo, devo dizer que concordo literalmente com o conteúdo do seu artigo em que apela ao bom-senso de todos a não regozijarem-se pelo conjecturado infortúnio do presidente José Eduardo dos Santos, traduzido num suposto estado de saúde que inspira cuidados.

Fonte: Facebook

O Departamento de Informação e Propaganda do Comité Central do partido no poder em Angola já emitiu uma nota de imprensa a contradizer tal informação que se tem disseminado pelas redes sociais qual fogo sobre capim seco e dado guita aos mais despropositados comentários. Ora, independentemente da (falta de) seriedade ou não relativa à informação sobre o verdadeiro estado de saúde do presidente José Eduardo dos Santos, o certo (e sabido) é que há muitos compatriotas que se têm servido das redes sociais para dizerem «coisas e lousas» sobre o assunto.

 


Decerto que não estaria incerto se dissesse que a campanha que se vem desencadeando nas redes sociais sobre o estado do presidente José Eduardo dos Santos é de um mau gosto atroz.. É aqui que sou obrigado a comungar das ideias expressas por Makuta Nkondo no seu artigo inserto no «Club-K»: Não se deve motejar sobre o estado de saúde de um ser humano ou ainda fazer apologia da sua morte, independentemente da sua condição social, política ou económica. Independente da ideologia e valores sociais que defende.

 


E, permitam-me dizê-lo, o que se escreve aqui nas redes sociais sobre o estado de saúde de José Eduardo dos Santos revela que quem, por razões ideológicas, é contrário ao actual presidente da República, entende (e muito mal) que a Política é um «vale-tudo». Desafortunadamente, José Eduardo dos Santos tem sido alvo preferencial deste «vale tudo» por parte dos seus adversários políticos. Muitos até elegem-no como alvo desta malquerença sem motivos aparentes, olvidando, todavia, que antes de ser O Mais Alto Magistrado da Nação, José Eduardo dos Santos também é esposo, pai, tio, avô; é, enfim, chefe de família.

 


A política é, acima de tudo, um acto de cidadania e civismo. O respeito pelos outros é (também) um dos pilares da Democracia, sobretudo o respeito pelos nossos adversários políticos. Se há cidadãos que se expressam de forma irresponsável, aqui nas redes sociais, sobre o estado de saúde de José Eduardo dos Santos, chegando ao ponto de predizerem a sua finitude física, a verdade é que não se esperava o mesmo comportamento dos seus adversários políticos.

 


A compulsão de se tentar aproveitar todos os momentos, inclusive dos mais dramáticos do ponto de vista pessoal para fragilizar José Eduardo dos Santos, constrange quem ainda tem o mínimo de bom-senso. Ora, as pessoas minimamente educadas, por uma questão de civilidade, não atacam um inimigo numa situação delicada de saúde. A menos que haja a intenção de se descontruir tudo que até aqui se construiu para que o nosso País se iniciasse no trilho da Democracia e do Estado de Direito.