Luanda - O líder da UNITA foi um dos convidados da conferência nacional sobre Paz, Democracia e Direitos Humanos em Angola, organizada pela Associação Mãos Livres, o Fórum das Mulheres Jornalistas e a Associação Justiça, Paz e Democracia (AJPD), que hoje encerra em Luanda.

Fonte: Lusa

No painel sobre a visão dos partidos políticos na manutenção da paz e consolidação da democracia e dos direitos humanos em Angola, Isaías Samakuva defendeu que para a promoção da paz tem muito a ver com os discursos.

 

«E nós notamos com insistência que há um discurso que dá a impressão que as pessoas têm saudades do conflito, da guerra, querem voltar à guerra», disse Isaías Samakuva, sem citar nomes. Segundo o político, sem quer fugir às responsabilidades ou culpas, considera que diante de «um balanço justo verão que a UNITA até tem estado a engolir muitos sapos».

 

«Temos sofrido provocações, humilhações e é a responsabilidade da manutenção da paz que nos faz calar e nos faz engolir esses sapos», afirmou, salientando que os discursos da principal força política da oposição angolana têm sido de apelo ao diálogo, à justiça e a manutenção da paz.

 

O político disse ainda que tem sido várias vezes criticado por não agir em muitos casos, mas prefere ficar calado e engolir os sapos.

 

«Eu estou a ter receio quanto a isso, é que a situação tende a evoluir para um ponto em que nós que estamos a tentar fazer uma contenção enorme, podemos ser ultrapassados por aqueles que acham que nós somos moles e que não estamos a fazer nada e um dia aparece um aventureiro aí e depois tem seguidores e a situação fica muito complicada», alertou.

 

O presidente da UNITA considerou que a sociedade civil angolana deve conquistar e ocupar o seu próprio espaço, para ser digna de se afirmar como parceiro institucional do Estado, na garantia dos direitos humanos e em especial dos direitos económicos e sociais dos angolanos.

 

Defendeu que a sociedade civil deve mesmo inventar novos estudos, projetos e campos de intervenção social para a afirmação da cidadania económica, social e cultural angolana.

 

Para o dia de hoje, o encontro, que contou igualmente com a participação do líder da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), Abel Chivukuvuku, da Frente Nacional para a Libertação de Angola (FNLA), Lucas Ngonda, vai abordar o Papel dos Média e Sociedade Civil na Manutenção da Paz e Consolidação da Democracia e Direitos Humanos em Angola.