Luanda - Os jovens do Movimento Revolucionário Angolano, Manuel Nito Alves e Arante kivuvu, estiveram recentemente a fazer uma digressão pela Europa onde abriram processos crimes no Tribunal Penal Internacional (TPI), em Amesterdão, Holanda, contra o governo angolano por violações dos direitos humanos no país.

Fonte: Manchete
De acordo com Manuel Chivonde Baptista Nito Alves, no TPI, apresentaram vários documentos em formatos de papel e digital como provas de várias violações de direitos humanos no país.

“Decidimos abrir processos crimes no Tribunal Penal Internacional (TPI), em Amesterdão, na Holanda, contra o regime de Angola, o processo consiste nas violações dos direitos humanos em Angola, a morte de Cassule e Kamulingue, morte de Hilbert Ganga e do menino Rufino António no bairro Zango e as torturas contra os manifestantes”, disse o jovem acrescentando que “o roubo do erário público por parte dos generais do regime e dos filhos do Presidente da República, José Eduardo dos Santos”, fizeram igualmente parte do dossier que foi entregue em formato digital.

“Entregamos diversos documentos e outros em discos e em pen drives”.

Nito Alves que realçou terem sido bem recebidos no TPI, frisou ainda que lhe foi oferecido exílio político na Noruega por onde também passarem e descreveram a “situação critica dos direitos humanos em Angola” que no entanto, rejeitou.

“Fui oferecido asilo político pelo Estado Norueguês, mas pela minha consciência moral rejeitei a oferta porque não quero viver exilado, porque amo o meu país. Prefiro fazer a minha luta mesmo cá, agradeço ao Estado norueguês e as organizações daquele Estado bem como os angolanos que aí residem”, disse o jovem acrescentando que “os noruegueses ficaram tristes com a minha decisão mas a vida é assim eu me sinto bem aqui no meu país”.

Questionado se o movimento do qual faz parte colocaria termo a sua luta visto que um dos motes da contenda ser a liderança do Presidente da República, José Eduardo dos Santos e tendo em conta que informações por confirmar dão conta que o também presidente do MPLA, não irá concorrer às próximas eleições, Nito Alves disse que a luta vai continuar pois no entender do Movimento Revolucionário “devem ser derrubados o Presidente da República e o MPLA”.

“O problema de Angola são, José Eduardo dos Santos e o seu MPLA, podem retira-lo da Presidência mas se MPLA se manter com o grupo de generais que roubam o dinheiro do povo será a mesma coisa”, disse o activista cívico.

“O que eu quero dizer é para que o povo perceba e aos partidos políticos na oposição, aqui o problema é José Eduardo dos Santos e o seu MPLA. Temos que derrubar este grupo que detêm o poder”, rematou.

Quem alinha no mesmo diapasão é Arante Kivuvu Italiano Lopes, que fez igualmente parte da digressão que levou os jovens a Portugal, Holanda, Alemanha e Noruega.

Questionado sobre a indicação de João Lourenço para substituir José Eduardo dos Santos à frente do MPLA nas eleições em 2017, Arante Kivuvu disse que “só um ingénuo acredita neste jogo porque José Eduardo dos Santos é um dos melhores estudantes de Maquiavel e João Lourenço é apenas um testa-de-ferro do Presidente que fica nos bastidores a mexer o xadrez enquanto João Lourenço limita-se a dizer sim chefe”.

O jovem lamentou o facto de os partidos políticos na oposição acreditarem em mudanças de regimes ditatoriais através de eleições.

“A oposição política, infelizmente acredita que as eleições trazem mudanças numa tirania, isso é impossível, a oposição deve pensar que o único caminho que temos para substituir esta gente são as manifestação ou insurreição popular, enquanto o povo estiver distante destes dois caminhos vamos continuar nesta ditadura”, disse.

Arante Kivuvu, realçou ainda que recusou a oferta de exílio político do Estado norueguês por pretender fazer parte da mudança no país.

“Também fui oferecido asilo na Noruega mas recusei porque eu pretendo ser protagonista da mudança e não um mero assistente”, frisou.

Manuel Baptista Chivonde Nito Alves e Arante Kivuvu Italiano Lopes, ambos de 21 anos de idade, são dois dos 17 activistas angolanos condenados por tentativa de golpe de Estado e associação de malfeitores e posteriormente amnistiados.