Luanda - O assessor jurídico do Governo Provincial de Luanda, Marco Moreira, anunciou ontem que a capital do país passará a contar, nos próximos dias, com 320 paragens para o embarque e desembarque de passageiros de uso exclusivo para taxitas dos nove municípios. Este anúncio foi feito durante um encontro entre os membros do Governo e os líderes da Associação dos Taxistas. 

Fonte: OP
Marco Moreira, garantiu que as primeiras paragens entrarão em funcionamento ainda este ano, de forma faseada, à medida que forem concluídos os trabalhos de pintura do pavimento.

A criação de paragens surge em resposta as constates reclamações das associações de taxistas que, em diversas ocasiões, ameaçaram que os seus filiados suspenderiam as suas actividades temporariamente caso tal petição não fosse atendida. Sobre as queixas relacionadas com supostas ‘importunações’ por agentes da ordem, o representante do GPL considerou que a Polícia Nacional não pode ser entendida como um órgão que existe para “oferecer flores”, mas sim para garantir a tranquilidade pública.

Marco Moreira garantiu ainda que as administrações do Sambizanga e Rangel efectuarão trabalhos de tapa-buracos nas vias que apresentam níveis elevados de degradação, por não haver disponibilidade de verbas para conclusão de certas obras, em virtude da situação económica que o país atravessa.

ATL diz estar satisfeita

O comandante da Polícia no município de Luanda, Eduardo Nunes Diogo, explicou que há distorção do conceito de paragens por parte de alguns taxistas que, no seu entender, confundem com o conceito praça de táxi. Em relação ao fenómeno da “gasosa”, supostamente cobrada por agentes da Polícia para permitir que os taxistas circulem, Eduardo Nunes apelou aos motoristas de azul e branco que tenham a cultura de denunciar tais actos, para se punir os infractores. O vice-presidente da Associação dos Taxistas de Luanda (ATL), José Bernardo, classificou o encontro como um dos mais produtivos entre as autoridades e os taxistas.

Nova Aliança excluída do encontro

O encontro ficou marcado pela ausência dos representantes da Associação Nova Aliança dos Taxistas de Angola (ANATA), que não foram convidados pelos representantes do GPL que, por intermédio do seu representante no encontro, justificou que esta associação não é um interlocutor do Governo. Marco Moreira disse que a ATL foi convidada “porque é uma associação que surgiu com a finalidade de dialogar com o Governo e a Nova Aliança é um grupo de taxistas que devia ser um sindicato para reivindicar o direito dos motoristas, tendo acrescentado que o GPL não precisa ter dois interlocutores para o mesmo efeito”.

De acordo com o responsável, a Nova Aliança nunca fez chegar as suas preocupações ao Governo e diz não estar informado sobre se esta organização está devidamente legalizada. Contactado, o presidente da ANATA, Geraldo Wanga, disse que os problemas que afligem a classe não devem ser resolvidos “ofuscando parte dos representantes dos taxistas a nível nacional, como é o caso da ANATA, legalizada e reconhecida em Diário da República” Segundo ele, tem de haver imparcialidade no tratamento das associações, frisando que actualmente o grosso de taxistas legalizados em Luanda está filiado a ANATA.

Sobre o número de paragens anunciadas, este responsável mostrou- se céptico quanto ao seu funcionamento, e diz que poderão não funcionar caso não haja fiscalização. “É preciso que as paragens sejam efectivas porque o ano passado já foram criadas algumas e hoje já não existem, porque estão a ser usadas como parques de estacionamento”, rematou.