Luanda - O primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu é apontado pela imprensa do seu país como podendo, nos próximos dias, anunciar formalmente o cancelamento do programa de assistência a Angola na sequência da anunciada limitação da cooperação bilateral devida à posição assumida por Luanda que votou a favor da resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas que condena a construção dos colonatos nos territórios palestinos.

Fonte: VOA

Como a VOA noticiou ontem, o Governo angolano revelou não ter sido notificado oficialmente por Israel de qualquer medida, embora tenha revelado que o embaixador de Tel Aviv em Luanda, Oren Rozenblat, manifestou o desagrado do seu país junto do director para África e Médio Oriente do Ministério das Relações Exteriores, Joaquim do Espirito Santo.


Entretanto, Espírito Santo disse que o Executivo angolano lamentava a posição do Governo de Israel e sublinhou que perante este facto, Angola “não podia obrigar ou pedir favores” embora estivesse aberto à continuação do diálogo para se ultrapassar esta situação.


Outras medidas tomadas pelo Governo de Israel contra os países que apoiaram a condenação pelo Conselho de Segurança da ONU sobre a construção de colonatos na Cisjordânia e Jerusalém têm a ver com o cancelamento das visitas dos ministros a estes países e a limitação do contacto com as embaixadas.


Entretanto , o director da Acção para o Desenvolvimento Rural e Ambiente, Belarmino Jelembi, considera que uma eventual suspensão da assistência técnica israelita pode não resultar em grandes prejuízos nos actuais programas ligados ao campo.


O líder associativo admite que os investimentos de grande monta poderão não ser seriamente afectados.


“Ao fim do dia os interesses de negócios vão prevalecer sobre tudo o resto”, declarou.


O Estado e as empresas israelitas investem em Angola, sobretudo, em programas ligados à agricultura, saúde, educação, aviação, construção civil, pescas, diamantes, segurança e telecomunicações.


Um dos grandes investimentos israelitas em Angola é o projecto Aldeia Nova, na província do Kuanza-Sul, que se dedica à produção agro-pecuária e que é gerido por um cidadão daquele país, Coby Triviski.