Cabinda   - Excelentíssimos Membros do Comité Provincial; Membros da Sociedade Civil; Entidades Religiosas; Caros Convidados, Jornalistas; Minhas Senhoras e Meus Senhores; Desejo, em nome da UNITA, endereçar saudações a todos membros do Comité Provincial, aos convidados e ao Povo Cabinda. Agradecemos a todos quanto trabalharam para que este ano pudesse a UNITA estar seguro para a vitória em Agosto. Estamos outra vez nesta sala para analisarmos com seriedade a situação social, económica e política que se tornou catastrófica na nossa província nos últimos anos. Vamos também definir alguns métodos de actuação para as eleições que serão realizadas neste ano.

Caros membros:

Na Administração de Cabinda, às madrugadas, tem se notado a entrada de pessoas ligadas ao Registo Eleitoral, depois de brigadistas terminarem o seu trabalho. Claro, o processo é controlado por eles, e a qualquer hora podem entrar no interior para adulterar os dados eleitorais. São eles (MPLA) que têm as chaves das portas onde guardam os aparelhos. São eles que montam as brigadas e controlam a logística. A UNITA não está a dormir. Existem equipas de vigilantes durante as noites nos arredores das Administrações Municipais. Se essas pessoas insistirem, serão surpresas em flagrante delito. Começaram a atribuir aos cidadãos congoleses bilhetes de identificação e cartões de eleitores para votarem em Agosto. Muitos congoleses estão alegres porque estão a conseguir com facilidade a nacionalidade angolana por meio de recrutamento na praça de São Pedro e nas ruas. O partido MPLA está a escangalhar Angola...


A UNITA está a alertar que não vai aceitar qualquer resultado fraudulento. Já suportámos em 1992, 2008 e em 2012. Desta vez, não queremos cenas que provoquem instabilidade política.

Caros membros: Se tudo nesta Província estivesse a correr bem, não teriam mandado para esta Cidade dez (10) ministros e três (3) Secretários de Estado, no dia 31 de Outubro do ano passado, para constatarem in loco a situação crítica que este Povo está a viver. Muito antes, por aqui tinha passado um dos filhos do Sr. José Eduardo dos Santos, e do que viu, não gostou. Nesta província, tudo o que existe, em termos de infra-estruturas, quase foi o colono que deixou. A maior parte dos Projectos, e alguns concluídos, foi o ex-governador Sr. José Aníbal Lopes Rocha que implementou. A senhora Aldina da Lomba, durante o seu governo, piorou tudo; é o pior dos mandatos de todos os tempos. Pois, houve pouca transparência na gestão do erário público, incapacidade administrativa em todos os domínios.

 

A governadora de Cabinda continua a provar a sua incompetência e incapacidade crónicas. A distribuição e a entrega de apartamentos, na Urbanidade 4 de Abril, em Cabinda, aos funcionários públicos e a outras personalidades, são uma tarefa facílima. Mas, ela (a governadora), desde 2016, não consegue entregá-los aos beneficiários seleccionados que já tinham feito os seus primeiros depósitos bancários na conta de IMOGESTIN. Em face desta incapacidade crónica, ainda quer ganhar as eleições em Cabinda! Onde estão as casas prometidas aos jovens? É preciso mudar este tipo de situações. O povo de Cabinda não pode continuar a ser humilhado desta maneira em sua própria casa. Em outras províncias, fazem-se construções de grandes infra-estruturas sociais e económicas, distribuem-se casas e apartamentos a jovens e funcionários públicos sem grandes processos burocráticos. Hoje, acentuam-se cada vez mais as desigualdades no tratamento aos cabindas. São os cabindas que estão a sofrer os despedimentos em massa no Campo Petrolífero do Malongo. Os produtos alimentícios estão hipercaros, como, por exemplo, a lata de leite de um quilo está a custar 8.000.00, a de chouriço, 2.700.00. Nem adianta até fazermos alusão à carne e ao peixe. Senhora governadora, a UNITA, em Cabinda, quer explicação sobre como foram gastos os 382.500.007,00, para a construção e apetrechamento da Cadeia de Buco-Zau. Esta cadeia já foi inaugurada ou não? Ainda no Buco- Zau, o Projecto de óleo de palma e de amendoim que custou 143.349.696, 00. Queremos saber também dos 105.187.500,00, para a construção e apetrechamento da base de helicóptero em Cabinda. Onde está esta base? Caros membros:


A par desta situação, estão em causa, igualmente, os 107.100.000,00 para construção e apetrechamento do Bombeiro Municipal. Onde se encontra implantado esse Projecto? O actual edifício é antigo e encontra-se situado na rua Duque de Chiazi. Digníssimos convidados: Quase todos os presentes, nesta sala, vivem no Município Sede e conhecem a realidade da nossa velha Cidade. Não se pode permitir que alguém nos minta desse molde. Acham que o edifício onde actualmente funciona a Direcção Regional das Alfândegas, na baixa da Cidade, junto ao Porto de Cabinda, foi construído de raiz em 2013? Aquele edifício, foram os portugueses que o deixaram.

 

A nossa maior inquietação consiste nos 600.000.000.00 que foram gastos na divisão dos gabinetes acrescentados cujas paredes montadas são de vidro e alumínio. Entretanto, não é construção do edifício da Direcção Regional das Alfândegas como foi declarado em documentos em nossa posse. A fiscalização não funcionou, e, de noite para o dia, a senhora Aldina da Lomba e a sua família enriqueceram-se. Em face desta realidade tão comprometedora, se não se tratasse de um Governo Cleptocrático a que a senhora Aldina da Lomba pertence, seria, sem dó, exonerada. Caros membros: A província de Cabinda sofre duas vezes mais a desgraça da crise em ralação às outras províncias de Angola, por causa da descontinuidade territorial. A TAAG, também, tem sido outra dor de Cabeça para as populações de Cabinda. Para se viajar de avião para Angola, as populações sujeitam-se, necessariamente, à compra de bilhetes de passagem a preços altíssimos, sendo: classe económica, 20.000.00 e executiva, 32.750.00, isto é, só a ida. Agora, de Luanda para Cabinda são outros preços e mais altos em relação aos que acabámos de referenciar. Para se escapar a esses preços, a solução seria viajar de carro para Angola, Luanda, como fazem as populações de Cunene, Namibe, Cuando Cubango , Lunda Norte, Moxico etc. Infelizmente, Deus não permitiu esta dádiva aos cabindas. Esse tipo de viagem só seria possível entrando no território da República Democrática do Congo, onde o Passe de Travessia, o dito Laisser-Passer ou Passaporte, seria necessariamente exigido pelas autoridades congolesas, para depois continuar a viagem para Angola. Não seria, deveras, uma viagem tranquila. Mas, para se ir ao meu país, é preciso entrar num outro país?


Sr. Ministro Augusto da Silva Tomas, pela consideração que temos por si, gostaríamos que deixasse de pensar que todos os cabindas consomem o vinho esporão, que é da sua preferência, no almoço. Deixe de pensar que em Cabinda existem paspalhos para se insultar...se o senhor se tornou milionário ou bilionário à custa do MPLA, queremos aqui deixar claro: saiba, caro ministro, que o Povo de Cabinda se despertou há bastante! As nove (9) mil residências que serão destruídas nos arredores do Aeroporto de Cabinda, sem recompensa, foram construídas com muito sacrifício e estas famílias ao construírem-nas não assaltaram o Banco Besa, Fundo Soberano, Sonangol, Endiama e a Africa4Less da família da Lomba. Há que se respeitar o sacrifício empreendido por essas pessoas.

Caros membros: Ao telefone, a partir dos Estados Unidos de Amarica, conversei com o ex- patrão da AFRICA 4 LESS, Alfredo Macosso Malamana cujo número de bilhete de identidade 000334412CA035, emitido pelo arquivo de Identificação Civil e Criminal de Cabinda, aos 11 de Fevereiro de 2011, em cuja empresa a filha da Governadora possuí 90% e o genro 10% de fachada, como tinha dito da vez passada. Este senhor reclama a parte do valor que tinha restado aquando da compra da AFRICA 4 LESS. Ele diz que sofre ameaças quando por vezes cobra o seu dinheiro.


É assim que também tentaram ameaçar e processar o Secretario da UNITA; foram, entretanto, aconselhados a não o fazerem no sentido de que saíssem envergonhados do Tribunal. Esta AFRICA 4 LESS (NIF- 5101160296), ANCOMEX (NIF- 5417054666) e SIMBILA foram fornecendo, em 2013, 2014 e 2015, cabazes de Ouro-A, de Prata-B e de Bronze-C a toda Província, sem terem participado em nenhum concurso público para o efeito. Este negócio foi muito rentável, mas muitas empresas com idoneidade técnica e profissional foram discriminadas.


Em 2016, estas já não apareceram para fornecer e não sabemos quais foram as razões, se é a crise ou outro problema. As suas ameaças não nos amedrontam e vamos continuar a divulgar aquilo que consideramos roubo.

O senhor Julião Paulo Dino ʺMatross,ʺ defensor da senhora Aldina da Lomba, sempre que estivesse em missão de serviço nestas terras, prestava declarações à RNA, dizendo que as declarações que se prestavam contra a governadora eram caluniosas. Se são caluniosas, a senhora Aldina da Lomba é uma cidadã e se, na verdade, se sentisse lesada poderia intentar uma acção judicial contra os caluniadores ou fazer uma réplica aos assuntos levantados. Aliás, os tribunais angolanos são chefiados por membros do MPLA...

Caros membros:


O senhor ʺMatrossʺ foi desempenhando um papel sujo, porque também possuí interesses em Cabinda, mas cujos segredos serão divulgados nos próximos momentos. O MPLA demonstrou mais uma vez que não sabe dialogar. É arrogante, usa violência, maltratando até as pobres zungueiras, estrangeiros e manifestantes. Lançamos apelos, a partir desta data, 14 de Janeiro de 2017, a todo o Povo de Cabinda, de yema a Miconge, de Massabi ao Zenze Lucula, para que não vote no MPLA, em Agosto, porque é um partido de assassinos e ladrões. Mesmo gritando, a fiscalização rigorosa na gestão do dinheiro do Estado não funcionou nestas terras. Hoje, vemos até aqueles rostos que cantavam ʺos lindos sonhos de amor ʺ deixando de cantar e tornando-se também grandes empresários.

Obrigado.

Estevão Neto Pedro