Luanda - A venda de divisas pelo Banco Nacional de Angola (BNA) à banca comercial aumentou 27% na segunda semana de 2017, para 362,1 milhões de euros, garantindo nomeadamente a importação de alimentos.

Fonte: Lusa

A informação consta do relatório semanal do BNA, divulgado esta segunda-feira, sobre a evolução dos mercados monetário e cambial entre 9 e 13 de janeiro, e contrasta com os 285,3 milhões de euros da semana anterior.

 

Segundo o documento, consultado pela Lusa, as divisas disponibilizadas – mantêm-se em euros desde março -, em vendas diretas equivalentes a 404,7 milhões de dólares, destinaram-se sobretudo a cobrir a importação de bens alimentares (88,8 milhões de euros), para o setor da indústria (44,8 milhões de euros), bem como para o setor petrolífero (35,8 milhões de euros).

 

O setor da saúde também recebeu divisas do BNA na última (26,8 milhões de euros), tal como as casas de câmbio (4,5 milhões de euros), e as operadoras de remessas (4,5 milhões de euros), entre outros.

 

A taxa de câmbio média de referência de venda do mercado cambial primário, apurada ao final da última semana, permaneceu praticamente inalterada, nos 166,730 kwanzas por cada dólar e nos 186,284 kwanzas por cada euro.

 

Contudo, no mercado de rua, a única alternativa, embora ilegal, face à falta de divisas aos balcões dos bancos, cada dólar norte-americano custa à volta de 490 kwanzas.

 

Angola enfrenta uma crise financeira e económica com a forte quebra (50%) das receitas com a exportação de petróleo devido à redução da cotação internacional do barril de crude, tendo em curso várias medidas de austeridade.

 

A conjuntura nacional levou a uma forte quebra na entrada de divisas no país e a limitações no acesso a moeda estrangeira aos balcões dos bancos, dificultando nomeadamente as importações.

 

Além disso, devido ao fim de acordos com bancos estrangeiros para correspondentes bancários, a banca angolana apenas consegue comprar divisas ao BNA.