Londres  – O Fundo Soberano de Angola (FSDEA) confirma hoje o investimento de USD 180 milhões num estratégico porto de águas profundas em Angola. Este compromisso é realizado pelo fundo de private equity para Infra-estruturas, que foi capitalizado com USD 1,1 bilhão pelo FSDEA.

 
Fonte: Club-k.net/FSDEA
 
Sobre o projecto, José Filomeno dos Santos, PCA do FSDEA, declarou: “os investimentos no sector industrial e nas infraestructuras de apoio ao comércio na região subsaariana têm apresentado elevados índices de lucratividade e resistência aos riscos associados aos países no nosso continente. Alocar capitais às infraestruturas marítimas e de apoio logístico e industrial em Angola permite diversificar outros investimentos nos mercados financeiros internacionais presentes na carteira do FSDEA. Através deste projecto, em particular, prevemos criar mais de 20.000 empregos e agregar mais valores conducentes ao desenvolvimento nacional”.
 
 
O investimento em questão criará o primeiro porto de águas profundas em Angola e será desenvolvido em duas fases. A primeira consiste num terminal de 630 metros de comprimento, ligado à costa através de uma ponte de 2 km de comprimento. O canal de acesso terá 15 metros de profundidade e o terminal beneficiará de uma profundidade de 14 metros. Esta infraestructura inclui um estaleiro naval moderno, um porto seco, uma zona industrial e outra franca.
 
 
O FSDEA apresentou igualmente o estado da sua carteira de investimento do segundo e terceiro trimestres do ano 2016, que abrange o período de 1 de Abril a 30 de Setembro de 2016. No fim deste período, os activos estão avaliados em USD 4,755 bilhões e destacam- se os seguintes desenvolvimentos:
 
 
 Os Títulos e Valores Mobiliários somam USD 1,833 bilhão;
 
 Os Activos de Renda estão avaliados em USD 1,179 bilhão, representando 64,3% da carteira de investimentos líquidos;
 
 16,4% do capital de $1.1 bilhão do Fundo de Private Equity para Infra-estructuras estão dedicados a um projecto de infraestrutura marítima e de apoio logístico e industrial;
 
 14,8% do capital de USD 220 milhões do Fundo de Private Equity para Silvicultura estão investidos num polígono florestal de larga escala;
 
 7,3% do capital de USD 250 milhões do Fundo de Private Equity para Agricultura são dedicados a sete fazendas de larga escala, com uma área total de 72.000 hectares.
 
 
Especificamente, os USD 32,5 milhões investidos num polígono florestal destinado a produção sustentável de madeira, consistem numa concessão de 80 mil hectares. Este investimento visa alcançar ganhos elevados de cariz económico e também social já em 2016. A sua implementação tem promovido práticas sustentáveis de exploração da madeira e proporcionado programas de desenvolvimento de habilidades para a comunidade local, que levará a enormes benefícios comunitários através da prestação de segurança no trabalho e actividade económica para a região.
 
 
Além disso, USD 18,2 milhões são dedicados aos sete projectos agrícolas, localizados em Angola. O investimento público nas infraestructuras agrícolas do país é dos que mais cresceu, durante a última década, no continente. Por conseguinte, prevê-se que os rendimentos futuros deste ramo possam ser reforçados por uma gestão de cariz comercial e aplicação de técnicas mais eficientes de produção à médio prazo. O fomento da agricultura é indispensável para a segurança alimentar de África, para o comércio intra-continental e para a criação de fontes sustentáveis de rendimento para as nações, baseadas nos mercados internacionais de commodities e no agro-negócio.
 
 
Ao abordar os investimentos de private equity do FSDEA, Filomeno dos Santos reiterou: “Temos vindo a materializar o propósito do fundo soberano de investir em sectores estratégicos para o desenvolvimento nacional, através dos sete fundos de private equity que constituímos de 2014 à 2015.
 
 
Aliadas ao investimento nos mercados internacionais, estas alocações permitem-nos preservar capital do FSDEA, enquanto geramos novas fontes de rendimento para o Estado e criamos infraestruturas em benefício dos cidadãos nacionais. Todos os investimentos realizados em Angola visam gerar elevados rendimentos financeiros para a instituição, bem como novos empregos e oportunidades de negócio para o sector privado nacional."