Luanda – Em véspera de matrículas, coordenadores e professores das escolas do ensino médio de Luanda são procurados por alunos e encarregados de educação alegadamente por terem direito a uma vaga anualmente. Mas há quem têm direito entre 2 a 10 vagas.

Fonte: Club-k.net
Ouve-se pelos corredores que anualmente todos os professores inseridos nas escolas do segundo ciclo do ensino secundário beneficiam de uma vaga em princípio, a ser ocupada por um dos seus familiares. Mas, de algum tempo a esta parte, as vagas estão a ser vendidas a terceiros, conforme constatou este portal numa ronda efectuada esta semana por algumas escolas de Luanda.

 

A fonte que vimos a citar revelou-nos que existe uma desproporcionalidade na distribuição das vagas no seio da classe docente, tudo porque, segundo contou, aos coordenadores dos turnos são lhes atribuídas dez vagas em cada ano lectivo.

 

“Se a criança tiver boas notas e menos de 18 anos não precisa pagar, caso contrário terá mesmo que pagar se quiser entrar. Aqui cada professor tem uma vaga, mas os coordenadores de turno podem atender até 10 casos”, disse a fonte.

 

Contrariamente aos preços cobrados noutras instituições, em que os valores praticados estão acima dos 50 mil kwanzas, no IMEL cada vaga custa mais do que 80 mil. Mas há quem paga 100 mil a 150 mil kwanzas.

 

“Eu já me comprometi com alguém, por isso, não posso falar mais da minha vaga nem das vagas dos meus colegas que não estão presentes neste momento”, disse, depois de ser questionado por uma jovem que anseia estudar no IMEL.

 

Quanto aos valores cobrados, uma ex-estudante do IMEL que se identificou com o nome de Daniela Silva, contou que o valor mínimo exigido na altura era de 800 dólares. “Como os dólares estão já difícil eles [professores] cobram 100 a 150 mil kwanzas”.

 

No momento em que conversamos com a jovem, apareceu a Manuela, ex-estudante, que disse ser “intermediária de alguns professores que preferem ‘não dar a cara’, tinha em sua posse processos de alguns candidatos, um dos quais pertencente a sua sobrinha”.

 

Manuela disse que depois de concluir a 12ª classe só se desloca ao IMEL em vésperas de matrículas, mas apenas para fazer os primeiros contactos, já que o resto do negócio é tratado fora da instituição.